Petrobras muda política de dividendos e reduz ganho de acionistas

Modelo permitirá sustentabilidade financeira, afirma empresa
Segundo a Petrobras, a nova política já será aplicada ao resultado do segundo trimestre de 2023, que será divulgado na próxima quinta-feira

A Petrobras divulgou sua nova política de distribuição de dividendos, parcela dos lucros distribuída aos acionistas, definida após reunião do conselho de administração da companhia. O percentual de remuneração caiu de 60% para 45% do fluxo de caixa livre (dinheiro à disposição no caixa). O fluxo de caixa livre representa o valor que sobra no caixa após os investimentos. A nova política também ampliou a definição de investimentos para incluir a recompra de ações, quando a própria companhia adquire suas ações. As circunstâncias em que a estatal distribuirá dividendos também mudaram. O conselho de administração estabeleceu a remuneração mínima de US$ 4 bilhões por ano para exercícios em que o preço médio do barril de petróleo tipo Brent for superior a US$ 40 por barril. 

A distribuição de 45% do fluxo de caixa livre só será aplicada quando a dívida bruta da Petrobras for igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no Plano Estratégico 2024–2028 e quando a empresa obtiver lucro em um trimestre. Os dividendos serão, portanto, pagos a cada três meses. A política atual estava em vigor desde 2011. Na época, o modelo estabelecia que a Petrobras pagaria 60% do fluxo de caixa livre quando a companhia tivesse dívida bruta abaixo de US$ 65 bilhões. No fim de 2021, a petroleira passou a permitir a antecipação de dividendos. Segundo a Petrobras, a nova política já será aplicada ao resultado do segundo trimestre de 2023, que será divulgado na próxima quinta-feira (3). No documento, a petroleira informa que as regras da remuneração aos acionistas foram aperfeiçoadas para manter "o objetivo de promover a previsibilidade do fluxo de pagamentos de proventos aos acionistas, ao mesmo tempo em que garante a perenidade e a sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos". Em relação à recompra de ações, a estatal informou que a prática está alinhada à das principais companhias petroleiras internacionais, "em complemento ao pagamento de dividendos". As mudanças na política de dividendos e de recompra de ações haviam sido pedidas pelo conselho de administração em maio.

Com Agência Brasil

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