Cotribá mira nutrição animal para ampliar receita
A alta demanda do segmento de nutrição animal com uma produção nacional em torno de 90 milhões de toneladas de rações por ano está impulsionando investimentos na área. Mais antiga cooperativa agropecuária em funcionamento no Brasil, a Cotribá destinou R$ 180 milhões para a sua nova indústria de nutrição animal, dos quais R$ 130 milhões já foram aplicados na primeira fase. Com capacidade para 200 mil toneladas anuais e operando a pleno desde fevereiro, a planta destina-se à produção de rações para gado de leite e de corte, além de suínos, aves e suplementos minerais. Com a conclusão dessa etapa, a Cotribá já estima um faturamento de R$ 270 milhões neste ano e se prepara para a segunda fase do empreendimento, que receberá mais R$ 50 milhões e será voltada ao pet food. A produção da nova linha será de 100 mil toneladas por ano a partir do final de 2025 e início de 2026. Com isso, a projeção da cooperativa é alcançar uma receita bruta de R$ 670 milhões com a nova indústria dentro de uma década.
A Cotribá está no mercado de nutrição animal desde 1979, produzindo 100 mil toneladas por ano nas fábricas de Ibirubá, sede da cooperativa, e Tapera, que agora foram desativadas. O aumento da demanda por parte dos associados e dos produtores, principalmente de bovinos de leite e de corte, que representam mais de 95% da procura, motivou a implantação da nova indústria para ampliar a oferta. A comercialização de rações já se estende até Santa Catarina, principalmente à região Oeste onde a pecuária de leite é relevante. Outras cidades também estão no radar e a meta é aumentar o market share de rações para bovino de leite que, no Rio Grande do Sul, está em torno de 7%.
O novo empreendimento ocupa um terreno de 50 mil metros quadrados, dos quais 15,5 mil metros quadrados são dedicados à infraestrutura. O complexo industrial é totalmente automatizado e conta com sistemas robotizados no ensaque e expedição. A Cotribá também comercializa rações para clientes em suas lojas de agropecuária e já estuda a possibilidade de oferecer a produção para terceiros. Atualmente, o segmento de nutrição animal representa em torno de 6% do faturamento da cooperativa que, em 2024 foi de R$ 3,4 bilhões. O ingresso no segmento de pet food é uma estratégia para agregar valor, pois é um dos que mais cresce no país. Também é uma forma de evitar a dependência do consumo do setor agropecuário.
No ano passado, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o faturamento foi de R$ 42 bilhões. O Brasil é o terceiro maior país do mundo em população pet e faturamento, atrás somente de Estados Unidos e China. Por isso, a segunda fase da nova fábrica será dedicada à introdução de uma linha de produção de rações extrusadas para o mercado pet e também para peixes, camarões e outros. "Estamos avaliando bem esse mercado antes de definir a estratégia de lançamento de produtos", afirma o gerente da área de varejo, Marcelo Felipe Debortoli. Quando estiver em operação, a capacidade de total da indústria passará para 300 mil toneladas por ano.
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