Brasileiros demonstram cautela na intenção de consumo

Acesso ao crédito tem influência positiva no momento das compras
As famílias se mantiveram desconfiadas em relação ao mercado de trabalho, em que o nível de emprego avança, mas com remunerações menores

Em novembro, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) manteve estabilidade de 0,3%, comparada ao mês anterior. Embora as famílias brasileiras mantenham o nível de satisfação acima dos 100 pontos (104,9 pontos), a análise apresenta desaceleração dos indicadores de consumo por conta do crescimento da inflação no segundo semestre de 2023, impactando a percepção de renda do consumidor e levando a uma maior cautela em relação às suas próximas decisões de consumo. Essas informações são apuradas mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A ICF demonstrou que as famílias se mantiveram desconfiadas em relação ao mercado de trabalho, em que o nível de emprego avança, mas com remunerações menores, o que impacta o consumo futuro. Os subindicadores perspectivas profissionais (-0,5%) e perspectivas de consumo (-0,9%), que analisam as intenções para os próximos três meses, foram os únicos com queda mensal.

O destaque mensal foi o acesso ao crédito (+0,4%), pois, mesmo o índice permanecendo abaixo dos 100 pontos, na zona de insatisfação, atingiu o maior patamar desde abril de 2020. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a percepção atual sobre as condições de acesso ao crédito reflete um cenário complexo. "Enquanto a queda dos juros trouxe um impulso positivo, a preocupação com a inadimplência e a redução do crédito no mercado impactaram negativamente. Em meio a essa dicotomia, a pesquisa constata que mais de um terço dos consumidores relatam dificuldade para obter crédito, o que demonstra uma delicada balança entre oportunidade e restrição neste contexto econômico", afirma Tadros.

O subindicador relacionado à perspectiva de consumo foi o de maior queda dentre as famílias com renda superior a dez salários mínimos (-1,3%). Para os consumidores com rendimentos abaixo de dez salários mínimos, as análises das perspectivas profissional e de consumo revelaram as únicas taxas mensais negativas (-0,9% em ambos os casos). "Este foi o primeiro mês, desde agosto do ano passado, em que as famílias de menor renda apresentaram retração na percepção de consumo futuro", ressalta o economista-chefe da CNC e responsável pela análise, Felipe Tavares. 

Veja mais notícias sobre EconomiaBrasil.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Domingo, 24 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br./