Intenção de consumo das famílias recua em abril

Este é o terceiro mês consecutivo com o índice em queda
CNC nota clara perda de fôlego do consumo, especialmente entre as famílias de maior renda

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou nova retração em abril, com queda de 0,4% na comparação mensal e de 1,6% frente a abril do ano passado. O índice, calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 101,6 pontos, com ajuste sazonal, mantendo-se ainda acima da linha de otimismo (100 pontos), mas demonstrando sinais claros de desaceleração no apetite do consumidor. Este é o terceiro mês consecutivo com o índice em queda. A principal causa apontada é a incerteza econômica, impulsionada por juros e inflação elevados que afetam diretamente o poder de compra e o acesso ao crédito.

A análise dos componentes da ICF revela que, apesar da retração geral, alguns subindicadores apresentaram variações positivas. O acesso ao crédito cresceu 0,6% em relação a março, sustentado por uma leve melhora da liquidez do mercado, ainda que permaneça 1,0% abaixo do patamar de abril de 2024. Já o item que mede o momento para compra de bens duráveis teve o pior desempenho no recorte anual, com queda de 7,2%, refletindo o peso da taxa Selic sobre os financiamentos. O relatório também destacou uma diferença de percepção entre faixas de renda e gêneros. As famílias com renda acima de 10 salários mínimos tiveram queda mais intensa no índice frente a abril do ano passado (-2,6%), ainda que mantenham nível mais elevado de otimismo (115,1 pontos) em relação às famílias com renda inferior (98,8 pontos), cujo índice foi 1,5% menor.

O estudo mostrou ainda mais cautela entre os homens, que demonstraram redução da intenção de consumo de 2,3% contra 0,8% das mulheres. O acesso ao crédito para o público masculino recuou 2,2%, ao passo que para as mulheres houve aumento de 0,8%, indicando maior seletividade do mercado em relação ao perfil de risco. "A pesquisa revela clara perda de fôlego do consumo, especialmente entre as famílias de maior renda, que tradicionalmente sustentam o consumo de bens duráveis. Apesar disso, observamos alguma resiliência nas faixas de menor renda, o que sinaliza a importância de políticas de estímulo e proteção ao consumo básico como ferramenta de sustentação da economia", analisa o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

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Sábado, 19 Abril 2025

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