Inflação fecha 2022 com alta de 5,79%

IPCA sobe 0,62% em dezembro
Com alta de 11,64%, o grupo de alimentação e bebidas foi responsável pelo maior impacto na inflação de 2022 (Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias)

Com alta de 0,62% em dezembro, a inflação fechou o ano de 2022 com um aumento de 5,79%, abaixo dos 10,06% registrados em 2021. Com o resultado, é a quarta vez consecutiva que a inflação fica acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que em 2022 era de 3,5% e teto de 5%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (10) pelo IBGE.

O resultado de 2022 foi influenciado principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas (11,64%), que teve o maior impacto no acumulado do ano. Em seguida, saúde e cuidados pessoais, com 11,43% de variação. A maior variação veio do grupo de vestuário (18,02%), que teve altas acima de 1% em 10 dos 12 meses do ano. A alimentação no domicílio (13,23%) exerceu a maior influência na alta de 11,64% do grupo de alimentação e bebidas. Os destaques foram a cebola (130,14%), que teve a maior alta entre os 377 subitens que compõem o IPCA, e o leite longa vida (26,18%), que contribuiu com o maior impacto entre os alimentos para consumo no domicílio.

"No caso da cebola, a alta está relacionada à redução da área plantada, ao aumento do custo de produção e a questões climáticas. Já os preços do leite subiram de forma mais intensa entre março e julho de 2022, quando a alta acumulada no ano chegou a 77,84%. A partir de agosto, com a proximidade do fim do período de entressafra, os preços iniciaram uma sequência de quedas até o final do ano, sendo a mais expressiva delas em setembro (-13,71%)", explica o analista de preços do IBGE, André Almeida. A alimentação fora do domicílio, por sua vez, subiu 7,47%. Enquanto a refeição teve aumento de 5,86%, a alta do lanche foi de 10,67%.

No grupo de saúde e cuidados pessoais (11,43%), a principal contribuição veio dos itens de higiene pessoal (16,69%), em especial os perfumes (22,61%) e os produtos para cabelo (14,97%). Outro destaque foi o plano de saúde, com alta de 6,9%. Vale destacar também a alta de 13,52% dos produtos farmacêuticos. Já no grupo de vestuário (18,02%), os preços das roupas femininas (21,35%) e das roupas masculinas (20,77%) subiram acima de 20% no acumulado do ano. As variações das roupas infantis e dos calçados e acessórios ficaram em 14,41% e 16,83%, respectivamente, enquanto as joias e bijuterias (3,67%) tiveram a menor variação entre os itens pesquisados. O preço do algodão, uma das principais matérias-primas do setor, teve alta acentuada entre abril de 2020 e maio de 2022. "Os custos de produção subiram e houve uma retomada da demanda após a flexibilização das medidas de isolamento social decorrentes da pandemia de Covid-19", acrescenta Almeida.

Em dezembro de 2022 a inflação foi de 0,62%, 0,21 ponto percentual acima da taxa de 0,41% registrada em novembro. Em dezembro de 2021, a variação havia sido de 0,73%. Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta, sendo que as maiores variações vieram de Saúde e cuidados pessoais (1,6%), que também foi o maior impacto, e vestuário (1,52%). 

Veja mais notícias sobre BrasilEconomia.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Segunda, 25 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br./