Segundo dia de South Summit explora fintechs, agro e ESG
O que fintechs, agronegócio e ESG têm em comum? No South Summit, tudo: as palestras desta quinta-feira (5), segundo dia do evento, trataram de temas diversos, mas todos permeados por um fio condutor – a inovação. Até sexta-feira (6), Porto Alegre receberá milhares de pessoas em busca de oportunidades de negócios. Os três dias de evento contabilizarão mais de 400 palestrantes e 50 finalistas escolhidos entre os 1 mil projetos inscritos para o Startup Competition. Confira, a seguir, os destaques do segundo dia de evento.
Oportunidades no mercado de fintechs
"[Quem irá se destacar no mercado de fintechs] serão aqueles que ofertarem experiências financeiras em ambientes não financeiros". A frase de Diego Perez, presidente da Abfintech e palestrante do segundo dia de South Summit ao lado do co-founder da Saks, Luiz Bacellar, sintetiza o cenário atual das startups de serviços financeiros. Como exemplo, Perez utiliza uma empresa já consolidada que não é do ramo financeiro, mas poderia ter um grande papel no setor: "No Airbnb, se determinada propriedade começar com avaliação baixa, tem algo errado lá. Pode ser infiltração, equipamento quebrado. O próprio Airbnb poderia identificar isso, entregar ao proprietário um crédito para reforma e ir descontando conforme os valores voltam para a carteira digital do locador", sugere. Nesse cenário, as experiências financeiras seriam contratadas sem que o interessado precisasse pedir crédito. Perez ressalta que inovações do tipo serão possíveis através do open finance, sistema financeiro aberto que permite o compartilhamento de dados dos usuários entre diferentes instituições e empresas financeiras.
O futuro do agribusiness
O futuro do agro é, também, da economia verde? Foi essa pergunta que Fabiane Kuhn, co-founder da RAKS Tecnologia Agrícola; Guilherme Karam, account executive do Canal Rural; Francisco Jardim, managing partner da SP Ventures; e Carlos Eduardo Aranha, ecosystem leader na SLC Agrícola se propuseram a responder durante palestra no Demo Stage. Para todos, a resposta é positiva. Aranha acrescenta que a transformação digital vem gerando ao agro um choque de eficiência, onde a única saída é utilizar menos fertilizante e colher mais. Fabiana ressalta que o Brasil ainda precisa vencer alguns entraves, como a falta de conectividade no campo. O lado bom, segundo ela, é que essa questão já vem ganhando bastante atenção, já que "o agro movimenta muito do PIB e da geração de empregos".
Investindo no S de ESG
A palestra de Rafael Rodeiro, founder da Ribon, e Rafael Vignoli, founder da Lemon, confirmou o que há muito é discutido no mercado: os investidores preferem empresas com impactos ambientais e sociais positivos. A Ribon, por exemplo, distribui vouchers de doação – patrocinados por filantropas como o Grupo Zaffari – para que as pessoas tenham a experiência de "doar de graça". Com o incentivo, algumas acabam doando mais dinheiro do próprio bolso. Recentemente, a Ribon captou US$ 3,5 milhões para ampliar o modelo, além de ser reconhecida como uma das startups mais inovadoras no mundo na área de filantropia pela Gates Foundation. "No fim do dia, o importante é resolver a dor de algum cliente e gerar um impacto positivo. Os investidores não buscam necessariamente ESG, pois muitos ainda nem entendem o que isso significa, e sim entender quais dores uma empresa resolve", defende Vignoli. "Afinal, não é mais legal investir em empresas que, além de boas, ainda têm impacto?", provoca.
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