TI deve contratar 100 mil profissionais em SC até 2027

Maior parte das vagas deve ser em regime remoto ou híbrido
A demanda por profissionais reflete o crescimento do setor, que deve, nos próximos anos, ampliar números que colocam o estado entre os destaques nacionais no segmento

Quase 100 mil contratações devem ser feitas no setor de tecnologia de Santa Catarina entre 2025 e 2027. É o que mostra a 4ª edição do Mapeamento de Demanda e Perfil de Talentos para o Setor de Tecnologia de SC, realizado pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) em parceria com o Sebrae Startups e com apoio da Rede de Inovação Florianópolis. A maior parte (45%) das contratações deve ser para cargos de desenvolvedor. Os dados foram revelados pelas entidades em uma transmissão online na terça-feira (18) e o estudo completo está disponível neste link. A demanda por profissionais reflete o crescimento do setor, que deve, nos próximos anos, ampliar números que colocam o estado entre os destaques nacionais no segmento, com o sexto maior faturamento do país — R$38,3 bilhões — e mais de 27 mil empresas, que juntas somam 7,5% do PIB catarinense. Esses resultados representam também um reflexo importante para a sociedade, com geração de empregos e renda.

A pesquisa ouviu 401 empresas catarinenses entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, e as respostas foram expandidas para abranger o universo do segmento em toda Santa Catarina, levando em consideração o porte de cada uma das empresas. Os dados do mapeamento vão subsidiar informações tanto para a criação e aprimoramento de programas de formação quanto para identificar as principais carências de profissionais. O estudo também vai servir como uma fonte confiável para a atração de investimentos, promoção da competitividade e crescimento sustentável do setor de tecnologia. Os dados mostram que os cargos de desenvolvedor (full stack, front end e back end) são os mais requisitados, seguidos pela função de analista de serviços/suporte de TI e desenvolvedor com foco em Inteligência Artificial — uma profissão que deve crescer exponencialmente nos próximos anos. Estão em alta também cargos de especialista em marketing digital, analista de dados, desenvolvedor mobile e product manager.

Para os desenvolvedores, a pesquisa também mapeou as linguagens de programação mais procuradas pelos empregadores. Javascript, Python, React e Node.js são as mais frequentes, com exceção para os desenvolvedores mobile, em que Flutter é a tecnologia mais demandada. Vice-presidente de talentos da Acate, Moacir Marafon destaca que a pesquisa traz também dados sobre as soft skills mais buscadas pelas empresas, o que ajuda no entendimento da formação além do conhecimento técnico. "A capacidade de resolver problemas é a soft skill mais demandada, seguida pelo trabalho em equipe e a proatividade. Esse dado ajuda para que a grade dos cursos contemple as necessidades do mercado, além do conhecimento de tecnologia", ressalta Marafon, sinalizando a necessidade de esforço conjunto de empresas, entidades e poder público na formação de talentos.

A maior parte das contratações deve ocorrer em startups e pequenas empresas, com faturamento de até R$4,8 milhões por ano. Esse número comprova a importância das ações direcionadas também aos negócios em etapas iniciais, para estarem prontas para ampliar seu quadro de colaboradores. "Quando fortalecemos as startups e pequenas empresas, estamos criando condições para que mais talentos sejam absorvidos pelo mercado e impulsionando o desenvolvimento econômico. Essa é uma aposta estratégica para um Brasil mais inovador e competitivo", enfatiza Alexandre de Souza, gerente de inovação do Sebrae SC.

A pesquisa também traz resultados sobre o regime de trabalho adotado nas contratações e no atual quadro de colaboradores das empresas. De forma geral, 35,8% das vagas preenchidas no setor nos próximos anos devem ser em formato híbrido, com revezamento entre dias de atuação presencial e remota. O modelo 100% remoto vem logo na sequência, com 21,7%, à frente do trabalho 100% presencial, que representa 17,9% das vagas. O trabalho presencial é ainda menos comum nas startups, nas quais apenas 10% adotam o modelo totalmente. Entre todos os portes de empresas há uma predominância do regime híbrido, com alguns casos de companhias que alteram o modelo de acordo com cada setor — setores operacionais no presencial, enquanto a TI atua remotamente.

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Quarta, 19 Março 2025

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