Brasil deve evitar apagão de talentos no ramo de IA
Os laboratórios de pesquisa corporativa estão investindo pesadamente em Inteligência Artificial (IA). Esse movimento persiste há uma década no Hemisfério Norte e, em 2020, as contratações na área continuam crescendo. Tanto é que já faltam pessoas com formação sólida em computação e IA, capazes de gerar resultados significativos para as companhias norte-americanas – e não apenas para elas, claro. Essa é uma das constatações de Luís Lamb (foto), secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, que acompanhou, em Nova Iorque, a 32ª IAAI (Conferência sobre Aplicações Inovadoras de Inteligência Artificial). O evento é a principal conferência de pesquisa do tema nos Estados Unidos e costuma antecipar tendências para o segmento.
Formado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e mestre em computação pela mesma instituição, Lamb relatou ao Portal AMANHÃ suas percepções sobre o impacto da inteligência artificial nos negócios. De acordo com ele, grandes empresas de tecnologia – e também as startups – estão demandando profissionais capacitados para trabalhar com IA no mercado norte-americano e chinês.
"IBM e Microsoft são duas companhias, por exemplo, que já comercializam produtos rotulados com uso de computação neuro-simbólica, ou seja, algo com uma base tecnológica altamente elaborada", evidencia. Esses sistemas são capazes de se comunicarem com um ambiente e também recolherem um grande volume de dados interpretando-os. A tradução automática de textos ou mesmo o processamento de áudio e vídeo são apenas duas formas mais simples de ações protagonizadas por essa tecnologia.
"Essa área [de desenvolvimento de inteligência artificial] realmente veio para ficar. E será preciso explicar para o consumidor como a tecnologia sugere um determinado produto num site de compras ou mesmo classifica uma pessoa em determinado perfil em uma rede social. Todo tipo de empresa – seja do ramo de varejo, industrial ou bancário – será impactada por essa nova forma de gerar riqueza que será baseada em conhecimento e tecnologia", observa Lamb.
Não sem razão o titular da pasta de Inovação, Ciência e Tecnologia está preocupado com a formação de profissionais brasileiros que possam atender as demandas desse mercado específico no país. "A distância que o Brasil terá dessa realidade dependerá muito da formação qualificada que conseguirmos oferecer para um grande número de jovens. Devemos mostrar para eles que é possível ter uma carreira muito promissora e que pode ter grande retorno econômico também", acredita.
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