Lucro da Klabin dobra no primeiro trimestre

Receita líquida avançou 28% no mesmo período
A Klabin reduziu as vendas de papelão ondulado e manteve o nível de preços praticado no trimestre anterior

A Klabin anunciou nesta terça-feira (3) que comercializou R$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre, avanço de 28% em relação ao mesmo período de 2021. Já o lucro dobrou, para R$ 875 milhões (veja os principais resultados da companhia na tabela ao final desta reportagem).

No segmento de celulose, a restrição de oferta global decorrente de fatores como greves, concentração de paradas de manutenção e dificuldades nas cadeias logísticas, aliada à demanda em patamar saudável, levaram ao aumento nos preços da matéria-prima em todas as regiões, especialmente na China, onde o preço praticado apresentava grande diferença para outras localidades, como a Europa. "Na Klabin, durante o primeiro trimestre do ano, foi realizada a parada geral de manutenção programada na Unidade Puma, o que reduziu o volume de vendas de celulose no período. No entanto, o aumento dos preços em dólar combinado à diversificação de fibras (fibra curta, fibra longa e fluff) e à flexibilidade de venda da companhia entre regiões mantiveram o resultado neste trimestre", informa a empresa em seu relatório trimestral.

No segmento de papéis para embalagens, a demanda por kraftliner seguiu aquecida no mercado externo enquanto no mercado doméstico, as vendas seguiram a acomodação observada no consumo de papelão ondulado. Diante deste cenário, a Klabin fez uso de sua flexibilidade, reduzindo a conversão de papel em embalagens internamente e aumentando a exportação de kraftliner a preços recordes. Ainda no mesmo segmento de papéis para embalagens, a aceleração da tendência de substituição do plástico de uso único por embalagens sustentáveis segue como principal direcionador para o apertado equilíbrio entre oferta e demanda por papel-cartão, principalmente no mercado externo.

No mercado brasileiro, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), as vendas caíram cerca de 8,3% no período acumulado de janeiro a fevereiro de 2022 em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo as condições macroeconômicas do país. O mercado de embalagens, segundo dados prévios da Empapel, registrou queda de 9,8% no volume de expedição de caixas de papelão ondulado no primeiro trimestre de 2022 comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. Diante deste cenário, a Klabin reduziu as vendas de papelão ondulado e manteve o nível de preços praticado no trimestre anterior, mesmo com a queda no preço de aparas, priorizando a rentabilidade do negócio.

Ainda em embalagens, o consumo de cimentos no Brasil, que impacta a venda de sacos industriais da companhia apresentou retração de 2,2% na comparação do primeiro trimestre de 2022 com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados preliminares do Sindicato Nacional da Indústria de Cimentos (SNIC). "No entanto, o portfólio de produtos diversificado permitiu direcionar a venda de sacos no primeiro trimestre de 2022 para outros segmentos no mercado interno e no mercado externo, que seguem com demanda aquecida pelo aumento do consumo de embalagens sustentáveis. Os reajustes de preços realizados em todos os negócios ao longo dos últimos trimestres permitiram compensar o impacto negativo da valorização do real em relação ao dólar nas exportações, levando ao forte crescimento da receita líquida no primeiro trimestre de 2022, que totalizou R$ 4,4 bilhões, 28% acima do registrado no mesmo trimestre do ano anterior. Este resultado superou as pressões inflacionárias no período", informa a Klabin.

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