Estaleiro Rio Grande volta a receber atividades navais

Reparo de navio que opera na Bacia de Campos gerará em torno de 500 empregos
O trabalho marca a retomada das operações do Estaleiro na área naval, após o encerramento das atividades em 2016, por conta da crise do setor

Após cinco anos de espera, as atividades navais retornarão ao Estaleiro Rio Grande. No sábado (28), o navio Siem Helix I, embarcação de estimulação de poços que opera na Bacia de Campos, ingressou no dique seco do empreendimento, onde permanecerá por cerca de 45 dias para a realização de reparos.

O trabalho marca a retomada das operações do Estaleiro na área naval, após o encerramento das atividades em 2016, por conta da crise do setor. Desde então, a Ecovix, proprietária do espaço, passou por um processo de recuperação judicial e, nos últimos dois anos, vinha atuando para diversificar os serviços no empreendimento.

"O mercado de reparos navais pode ser um excelente complemento às atividades de construção, que é o principal objetivo do Estaleiro", celebra Ricardo Ávila, diretor operacional da Ecovix.

O Siem Helix I tem 158,5 metros de comprimento por 36,8 metros de largura. O serviço será feito em parceria entre a Ecovix e a DockBrasil, empresa do Rio de Janeiro que atua com reparação naval. No total, serão gerados 500 empregos para as atividades na embarcação, além de todo o movimento na cadeia econômica que será impulsionado pela atividade em Rio Grande.

Os avanços concretizam, também, os compromissos assumidos pela Ecovix a partir da aprovação do plano de recuperação judicial da companhia, homologado em 2018 pela Justiça. "Nos últimos três anos, a Ecovix não tem medido esforços para reestruturar a companhia. A retomada das atividades navais mostra o resultado desse trabalho", afirma Laurence Medeiros, sócio da Medeiros & Medeiros Administração Judicial, que administra o processo.

No período de 2016 a dezembro de 2020, as áreas e o dique do Estaleiro permaneceram totalmente obstruídas com blocos de plataformas remanescentes dos contratos de FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás), suspensos há cinco anos. Após a desobstrução, foi possível obter novos negócios na área naval.

Além dos serviços de reparos, a empresa está prospectando operações em outras áreas como desmantelamento e descomissionamento de embarcações e, também, utilização do Estaleiro como terminal portuário. Em setembro de 2020, o empreendimento sediou o maior embarque de animais vivos da história do local, com 26 mil cabeças de gado exportadas para a Turquia e Líbano. Também foram desmontadas mais de 100 mil toneladas de estruturas no espaço.

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