Agro Laranjeiras investirá quase R$ 380 milhões no Paraná
Uma nova maternidade de leitões em Laranjeiras do Sul, no Centro-Sul do Paraná, promete potencializar a suinocultura no estado. O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou, nesta sexta-feira (10), do lançamento da Agro Laranjeiras, nova empresa de desmamados que fará um investimento inicial de R$ 377 milhões.
Para impulsionar a industrialização e a criação de postos de trabalho na região, o governador anunciou apoio para o empreendimento, visando a compra do terreno onde a fábrica será instalada, mediante transferência de recursos para a prefeitura municipal. O projeto será edificado em uma área de 117 alqueires ou 2,8 milhões de metros quadrados. A administração local executará as obras de infraestrutura para a construção.
A Agro Laranjeiras será especializada na produção de leitões, que são criados até os 25 dias de vida. Na sequência, eles serão encaminhados para as empresas parceiras, que vão engordar os animais para o abate em frigoríficos. A unidade já possui duas companhias que vão realizar a segunda parte do processo: a Globoaves, de Cascavel, e a Cooperativa Agroindustrial Lar, de Medianeira.
Segundo João Marcel Mulineth, um dos nove acionistas da Agro Laranjeiras, a estimativa da empresa é de produzir 20 mil leitões desmamados por semana. "Isso totaliza cerca de um milhão de leitões desmamados por ano. A expectativa de faturamento anual é de aproximadamente R$ 200 milhões", projeta.
Do total de leitões, 500 leitoas serão escolhidas para gerar novos animais. Ao final do processo, a expectativa é chegar a 4.700 suínos abatidos por dia, durante cinco dias da semana. Considerando um peso médio de abate de 125 quilos, serão fornecidos 974 mil suínos e 121,8 milhões de quilos de suíno anualmente.
Essa produção será em grande parte realizada no próprio município de Laranjeiras do Sul. A Agro Laranjeiras deve gerar 200 empregos diretos e mais 885 indiretos, somando trabalhos como transporte de animais, transporte de ração, assistência técnica, abate nas indústrias e fábricas de ração.
A escolha da cidade para implantação da fábrica, de acordo com Jorge Munari, acionista e desenvolvedor do projeto, considerou as oportunidades oferecidas pelo local. "Escolhemos essa região por ter baixa densidade na produção de suinocultura, mão de obra suficiente para integrar o projeto, facilidade de acesso à cidade, que conta com ótimas rodovias, além do bom relacionamento com o governo estadual e administração municipal", esclareceu.
A nova indústria contará com duas unidades produtoras de leitões desmamados, com capacidade de 31,2 mil matrizes (porcas criadoras) e um sítio para abrigar as leitoas que aguardam nova fecundação, somando 130 mil metros quadrados de área voltada à produção suína.
Além destes espaços, o complexo também vai contar com 70 residências para funcionários; armazém para 200 mil sacas de milho; uma fábrica de ração de 25 toneladas por hora; uma garagem para veículos, máquinas e equipamentos agrícolas; escritório administrativo; refeitório; lavanderia; balança rodoviária e rodolúvio, onde passam os caminhões para a desinfecção obrigatória. No total, são mais de sete mil metros quadrados de área construída.
O novo empreendimento também deverá movimentar a indústria de agricultura na região: serão necessárias 3,4 milhões de sacas de milho e 1,3 milhões de sacas de soja por ano para dar conta de alimentar os animais. A unidade fará a destinação correta de dejetos suínos e garantirá energia para os suinocultores. Serão instalados seis geradores, com capacidade para gerar 440kW/h e consumo de 120m metros cúbicos por hora de biogás cada. A expectativa é gerar mensalmente o montante de 1.160 mega de energia, com receita adicional de R$ 463 mil por mês.
O objetivo da empresa é tratar resíduos orgânicos e gerar energia elétrica limpa, além de propiciar aumento de produção com segurança ambiental e energética. Portanto, o projeto deverá agregar qualidade de produção e na redução do passivo ambiental. Quando não são tratados, os dejetos vão para o solo e chegam aos lençóis freáticos, poluindo a água consumida pela população. O processo correto também elimina vetores, como moscas, além de possíveis patógenos, fora a diminuição do odor.
O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do Brasil. O setor teve aumento de 10,6% no segundo trimestre de 2021, com 241,3 mil toneladas de carne produzidas e 2,5 milhões de porcos abatidos – 211 mil a mais que no mesmo período do ano passado. Com os novos status sanitários de área livre de febre aftosa sem vacinação e zona livre independente de peste suína clássica, conquistados recentemente pelo Paraná, a tendência é que o estado consolide ainda mais a liderança nacional no mercado de carnes.
Em Laranjeiras do Sul, a produção de suínos é uma das mais expressivas do município. O Valor Bruto da Produção (VBP) de 2020 da cidade mostra que a produção de leitões para recria e os suínos para abate tiveram resultados semelhantes: enquanto o primeiro rendeu R$ 15,5 milhões no ano, o segundo chegou a R$ 15,8 milhões.
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