Juros dos empréstimos recuam em fevereiro

Taxa média caiu seis pontos percentuais em 12 meses
Para as empresas, os juros apresentaram queda, situando-se em 13,8% ao ano

A taxa média de juros cobrados de famílias e empresas em fevereiro ficou em 28,1% ao ano, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas pelo Banco Central. O percentual representa recuo de 0,4 ponto percentual na comparação com janeiro; e de 6 pontos percentuais no acumulado de 12 meses. Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

De acordo com o documento, a taxa média de juros para pessoas físicas no crédito livre está em 40,1% ao ano, o que representa uma alta de 0,6 ponto percentual em relação a janeiro. Em 12 meses, o resultado representa uma queda de 6,8 pontos percentuais. Segundo o BC, o aumento da taxa cobrada para pessoas físicas reflete principalmente os aumentos dos juros cobrados no cartão parcelado (5,6%) e na composição da dívida (2,7%), que é uma renegociação com modalidades diferentes de crédito.

Para as empresas, especificamente, os juros apresentaram queda, situando-se em 13,8% ao ano, o que representa redução de 3,2 pontos percentuais em 12 meses. Segundo o BC, o crédito livre a pessoas jurídicas alcançou R$ 1,1 trilhão, o que representa acréscimo de 1,2% no mês, "com destaque para as modalidades de desconto de duplicatas e recebíveis, antecipação de faturas de cartão, aquisição de veículos, ACC [Adiantamento sobre Contrato de Câmbio] e financiamento a exportações".

Estoque de crédito
O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro alcançou R$ 4 trilhões em fevereiro, aumento que corresponde a 0,7% no mês. No caso das carteiras de pessoas jurídicas, o saldo ficou em R$ 1,8 trilhão (variação de 0,6%). Já o de pessoas físicas ficou em R$ 2,3 trilhões (0,8%). Em 12 meses, o crescimento registrado totalizou 16,1%, motivado principalmente pela expansão de 22,9% no crédito a empresas.

O crédito livre para pessoas físicas ficou em R$ 1,2 trilhão (alta de 0,7% no mês e 10,3% em 12 meses). Segundo o BC, esse crescimento registrado no mês se deve principalmente ao aumento observado nas modalidades de crédito pessoal (consignado e não consignado). Já o crescimento registrado no prazo de 12 meses, o destaque ficou para as modalidades aquisição de veículos e composição de dívidas. O crédito livre para as empresas apresentou saldo de R$ 1,091 trilhão, em fevereiro, com crescimento de 1,2% no mês e 22,5%, em 12 meses. No crédito direcionado, o saldo de pessoas jurídicas recuou 0,2% no mês, atingindo R$ 700 bilhões, mantendo crescimento significativo em 12 meses, 23,5%.

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha explica que "os recursos destinados a pessoas jurídicas tiveram redução de saldo [de 0,2%] devido às operações feitas com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que teve redução de 0,8%", disse referindo-se aos créditos direcionados a empresas. "O saldo de outros créditos direcionados, que inclui créditos criados durante a pandemia, está estável", acrescentou.

Com Agência Brasil

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