Juros bancários recuam pelo quarto mês seguido
O início do afrouxamento monetário na economia brasileira segue se refletindo nas taxas de juros cobradas pelos bancos. Em setembro, a taxa média de juros exigida na concessão de empréstimos para pessoas físicas e empresas caiu para 43,3% ao ano, ante 43,5% em agosto, conforme divulgado na terça-feira (7) pelo Banco Central. Esse é o menor patamar desde dezembro de 2022 e o resultado representa a quarta queda consecutiva, reflexo dos três cortes na taxa básica de juros, que está em 12,25% ao ano. Com a Selic mais baixa, o custo para os bancos captarem recursos fica menor.
Os juros cobrados nas operações com cartão de crédito rotativo recuaram para 441,1% ao ano em setembro, ante 445,5% ao ano no mês anterior. Essa é a modalidade de crédito mais cara do país. O cliente entra no rotativo quando não paga o valor total da fatura e joga a dívida para o mês seguinte. Se após 30 dias o restante da fatura não for quitado, as instituições financeiras precisam oferecer uma outra opção de parcelamento, com juros mais baratos. Em outubro, o Senado aprovou um projeto que estabeleceu o prazo de 90 dias para os bancos apresentarem uma proposta de redução dos juros do rotativo Conselho Monetário Nacional (CMN). Caso nada seja feito, os juros serão estabelecidos em no máximo 100% do valor do principal da dívida.
O mercado já oferece uma opção de parcelamento da fatura do cartão de crédito. Os juros dessa linha precisam estar abaixo do cobrado no rotativo, mas ainda assim são altíssimos. Em setembro, a taxa do parcelado do cartão ficou em 193,8%, abaixo dos 194,6% praticados no mês anterior. No cheque especial, a taxa de juros cobrada subiu para 134,4% ao ano – maior nível desde junho.
O endividamento das famílias ficou em 48% da renda nos doze meses até a agosto, ante 47,8% no mesmo período terminado em julho. A inadimplência caiu de 4,1% em agosto para 4% em setembro – menor nível desde dezembro do ano passado. Desde julho, os brasileiros contam com o programa do governo federal para renegociar as suas dívidas, o Desenrola. Apenas nos três primeiros meses, foram renegociados R$ 15,8 bilhões, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). "É um instrumento importante, que beneficia as famílias, e ao mesmo tempo a economia como um todo, ao reduzir as dívidas da maior quantidade possível de pessoas", afirmou o presidente da Febraban, Isaac Sidney.
Com Redação da B3
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