Intenção de consumo das famílias volta a cair em abril
A intenção de consumo dos brasileiros voltou a cair em abril. Apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou o patamar de 70,7 pontos no mês, o menor nível desde novembro de 2020, quando atingiu 69,8 pontos. Após ajuste sazonal, a série apresentou queda mensal de 2,5%, ante recuperação pontual no mês anterior. Além disso, foi o pior mês de abril da série histórica. Em relação ao mesmo período em 2020, houve retração de 26,1%.
De acordo com a CNC, a redução no mês de abril é resultado do agravamento da pandemia no País, com medidas mais restritivas de circulação, como fechamento de comércios e cidades inteiras em lockdown. Novamente, a maior parte dos entrevistados (33,2%) respondeu que se sente tão segura com seu emprego quanto no ano passado, proporção maior do que no mês anterior (32,7%) e do que em abril de 2020 (27,8%). Por outro lado, a maior parte das famílias (53,3%) demonstrou perspectiva profissional negativa, o maior percentual desde novembro de 2020 (54,5%), enquanto esta parcela foi de 42,5%, em abril de 2020.
Nos indicadores de renda e consumo, houve queda em relação ao mês anterior. A maioria das famílias considerou a renda pior do que no ano passado, com percentual de 41,3% ante 40,3% em março. A maior parte das famílias também considera que o nível de consumo em abril foi menor do que no ano passado (59,9%), o maior percentual desde novembro (60,4%), ante 58,0% no mês anterior e 46,9% em abril de 2020. Também aumentou entre os pesquisados a proporção dos que acreditam que comprar a prazo está mais difícil: 41,7%, o maior percentual desde novembro de 2020 (42,2%).
"Dessa vez, o mercado de trabalho também refletiu a incerteza das famílias em relação ao enfretamento da crise econômica. Mesmo assim, no que se refere ao curto prazo, permaneceu como o maior indicador do mês. As famílias voltaram a apresentar desconfiança em relação às medidas tomadas pelo governo e à velocidade com que a recuperação econômica vai acontecer", avalia Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC responsável pela pesquisa.
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