Intenção de consumo das famílias estabiliza em outubro

Indicador apresenta maior nível desde março
Famílias estão mais seguras em relação aos seus empregos

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) se estabilizou em outubro. Após quatro meses consecutivos de alta, o indicador apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apresentou crescimento mensal nulo, atingindo 73,2 pontos. Apesar da falta de variação, o índice apresentou o maior nível desde março, quando registrou 73,8 pontos, e superou os 68,7 pontos de outubro de 2020. Ainda assim, permaneceu abaixo do nível de satisfação (100 pontos), fato que vem ocorrendo desde abril de 2015.

Dois subíndices também apresentaram as primeiras quedas após quatro meses seguidos de altas e comportamentos bem semelhantes: o nível de consumo atual e a perspectiva de consumo. O primeiro contou com retração mensal de 0,4% e variação anual positiva de 12,1%. Com isso, o indicador alcançou o nível de 58,0 pontos, o maior patamar desde maio de 2020 (62,1 pontos).

Já a perspectiva de consumo apresentou queda de 1,8%, na comparação com o mês anterior, e avanço de 19,6% em relação a outubro de 2020. Esse resultado foi o mais positivo entre as comparações anuais do estudo, e o indicador alcançou 75,3 pontos, também o maior nível desde maio de 2020 (75,6 pontos).

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, é possível identificar uma perspectiva mais favorável em relação ao consumo nos próximos meses. Mas, ainda assim, chamam a atenção as quedas observadas, que são resultados da incerteza gerada pelo momento econômico. "As incertezas econômicas, com a inflação e a alta dos juros, reduzem o poder de compra. No entanto, apesar dessas dificuldades, o consumo segue avançando em relação ao ano passado", avalia.

Melhor percepção do mercado de trabalho
Mas se a preocupação com a instabilidade econômica ainda abala o consumo, por outro lado, o estudo aponta uma melhor percepção do mercado de trabalho. O indicador de emprego atual contou com crescimento anual de 6,4% e mensal de 1,7%, a maior taxa do mês. Acompanhando essa recuperação, o patamar atingido (91,4 pontos) o manteve como o maior indicador da pesquisa em outubro, sendo também o maior nível desde maio de 2020 (101,7 pontos).

Reforçando o cenário, o segundo resultado mais positivo do mês foi o item envolvendo a perspectiva profissional, que apresentou variação mensal positiva de 1,3% e aumento de 6,9% na comparação com outubro do ano anterior. Com a sequência de variações positivas, o indicador atingiu 84,1 pontos, a maior pontuação desde abril (84,4 pontos).

Para a economista da CNC, responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, os dados revelam continuação para os próximos seis meses da confiança das famílias em relação ao mercado de trabalho. "Em ambos os casos, houve melhora no perfil de respostas das famílias, elas estão mais seguras em relação aos seus empregos em curto prazo e menos negativas quanto aos seus empregos em longo prazo", afirma Catarina.

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