Confiança do comércio tem terceira queda consecutiva

Setor enfrenta perspectivas desafiadoras por causa das incertezas macroeconômicas no Brasil
Seis em cada dez empresários percebem uma piora na atividade econômica e no desempenho das vendas, refletindo as incertezas do panorama atual

No mês de novembro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 110,3 pontos, representando uma queda mensal de 1,9% e uma variação anual negativa de 16,4%, comparado com novembro de 2022. Embora as expectativas de faturamento do setor tenham aumentado por conta da Black Friday e do Natal, todos os indicadores do Icec apresentaram queda, com destaque para a avaliação das condições atuais (-5,4%), que mede a percepção quanto à economia, ao setor e à própria empresa. Os dados são da pesquisa mensal realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O setor varejista enfrenta perspectivas desafiadoras nos próximos seis meses por causa das incertezas macroeconômicas no Brasil. O economista-chefe da CNC, responsável pelo levantamento do Icec, Felipe Tavares, explica que seis em cada dez empresários percebem uma piora na atividade econômica e no desempenho das vendas, refletindo as incertezas do panorama atual. "O cenário está crescendo a taxas decrescentes, ou seja, existem melhoras mensais, mas a taxa de crescimento é menor, comparada ao mês anterior. Por isso, a percepção em relação às próprias empresas atingiu 99,8 pontos, retornando a um nível abaixo de 100 pontos, algo que não ocorria desde junho de 2023", avalia.

A intenção de investir na contratação de funcionários vem apresentando quedas consecutivas desde setembro e teve uma retração mensal de 1,1% em novembro. Mas, diante da necessidade de atender à demanda sazonal de fim de ano, a maioria dos comerciantes (69%) pretende aumentar o quadro de funcionários. A confiança do empresário do comércio piorou nos três grupos de lojas do varejo: produtos de primeira necessidade (-5,1%); produtos duráveis (-2,5%); e produtos semiduráveis (-1,9%). Na comparação anual, o grupo de produtos duráveis registrou a redução mais intensa (-18,8%), já que são os mais afetados pelas condições de crédito, que segue seleto e caro. Em novembro, a expectativa de aumento das vendas com a Black Friday incentivou a reposição de estoques por parte do segmento de bens duráveis, como eletroeletrônicos, móveis e decoração. Mesmo com a redução da confiança, o comércio de duráveis apresentou a maior influência para a visão mais favorável em relação ao estoque (+1,2%).

Veja mais notícias sobre EconomiaBrasil.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Domingo, 24 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br./