Presidente do Banco Central defende "pouso suave" da economia

Dados do BC mostram que a inflação caiu 8,7 pontos percentuais entre 2022 e 2023
Campos Neto: "Juros são altos, mas espero melhorias com esforço fiscal do governo"

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a atual condução da política monetária em debate na quarta-feira (27) na Câmara dos Deputados. Ele ressaltou que a inflação segue em queda, reconheceu que os juros no Brasil são altos e disse que espera melhoria nos indicadores com um esforço fiscal do governo. Segundo Campos Neto, a economia segue em uma "trajetória de pouso suave", com desempenho melhor do que muitos países. "Pouso suave é reduzir a inflação com o menor custo possível para a sociedade, comparando a queda na inflação e os efeitos no Produto Interno Bruto, no desemprego e no crédito", explicou.

Os dados do Banco Central mostram que a inflação caiu 8,7 pontos percentuais entre 2022 e 2023, ao mesmo tempo em que houve uma variação negativa de 0,3 ponto percentual na estimativa de crescimento do PIB. Hoje, a expectativa do mercado é de inflação de 4,86% neste ano e de crescimento do PIB de 2,92%. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 12,75% em valores nominais – uma das mais altas do mundo. O colegiado decidiu, por unanimidade, que mais adiante poderá haver novos cortes de 0,5 ponto percentual. "Quando comparamos as taxas de juros nominais no Brasil em diversos períodos, a gente vê que de 2019 a 2023, na média, foi o período com as menores taxas de juros da história recente", destacou Campos Neto. Essa média foi de 7,6% ao ano (até agosto último), ante cerca de 19% entre 1999 e 2006 e 11% entre 2007 e 2018.

Com Agência Câmara de Notícias

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