PIB cresce 1% no primeiro trimestre

Indicador foi impulsionado pelo setor de serviços
Os serviços de restaurantes estão entre os que influenciaram o crescimento do PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre do ano passado. Esse é o terceiro resultado positivo, depois do recuo no segundo trimestre de 2021 (-0,2%). O PIB, que é a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,249 trilhões em valores correntes. Com esse resultado, o PIB está 1,6% acima do patamar do quatro trimestre de 2019, período pré-pandemia, e 1,7% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, registrado no primeiro trimestre de 2014. O nível está próximo do registrado no primeiro trimestre de 2015. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais divulgado pelo IBGE.

O crescimento da economia foi puxado pela alta nos serviços (1%), que representam 70% do PIB do país. "Dentro dos serviços, o maior crescimento foi de outros serviços, que tiveram alta de 2,2%, no trimestre, e comportam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia", explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Ainda dentro dos serviços, houve crescimento de 2,1% em transporte, armazenagem e correio. "Houve aumento do transporte de cargas, relacionado ao aumento do e-commerce no país nesse período, e do de passageiros, principalmente pelo aumento das viagens aéreas, outra demanda represada na pandemia", avalia a pesquisadora. Por outro lado, a agropecuária recuou 0,9% entre janeiro e março. "Essa queda foi impactada principalmente pela estiagem no Sul, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira", destaca Palis.

Na indústria, houve estabilidade (0,1%). O maior avanço nas atividades industriais veio de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (6,6%) e a única queda foi das indústrias extrativas (-3,4%). "Essa atividade puxou o resultado para baixo, e sua queda se deve especialmente à produção de minério de ferro, que caiu bastante. como a indústria da transformação teve alta (1,4%) e tem bastante peso no grupo, isso equilibrou o resultado da indústria", explica.

Consumo das famílias tem elevação de 0,7%
O consumo das famílias cresceu 0,7% no primeiro trimestre, enquanto o do governo ficou estável (0,1%). "No consumo das famílias, a demanda também está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens", conta Rebeca. Já os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) caíram 3,5%. "Essa queda foi impactada pela diminuição na produção e importação de bens de capital, apesar de a construção ter crescido no período", explica. No primeiro trimestre, a taxa de investimento foi de 18,7% do PIB, ficando abaixo da registrada no mesmo período do ano passado (19,7%).

Agropecuária e Indústria caem na comparação interanual
Frente ao primeiro trimestre do ano passado, o PIB cresceu 1,7%. A agropecuária teve queda de 8% nessa comparação, resultado que pode ser explicado pela diminuição na estimativa da produção de algumas culturas cujas safras são importantes no primeiro trimestre, como a soja e o arroz. A indústria também teve queda (-1,5%) nessa comparação, influenciada pelas retrações da indústria da transformação (-4,7%) e das indústrias extrativas (-2,4%). o recuo da indústria da transformação foi influenciado pela fabricação de máquinas e aparelhos elétricos, fabricação de produtos de metal, fabricação de produtos de borracha e material plástico, indústria moveleira e farmacêutica. Já as indústrias extrativas foram afetadas pela queda da extração de minérios ferrosos.

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Segunda, 25 Novembro 2024

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