Desemprego cai para 7,7% no terceiro trimestre

Brasil ainda tem 8,3 milhões de desempregados, menor valor desde 2015
O avanço no número de ocupados e a queda na busca por trabalho explicam o recuo do desemprego

Em meio à melhora do emprego com carteira assinada, o recorde de brasileiros ocupados e a menor busca por trabalho, a taxa de desemprego caiu para 7,7% no terceiro trimestre. Esse é o menor valor desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No segundo trimestre, a taxa de desemprego estava em 8% (veja detalhes no gráfico abaixo). Apesar do resultado positivo, o desemprego ainda atinge 8,3 milhões de brasileiros, uma retração de 3,8% (menos 331 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 12,1% (menos 1,1 milhão de pessoas) no ano.

Entre julho e setembro, a população ocupada bateu 99,8 milhões de pessoas. Esse é o maior contingente desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. São 929 mil brasileiros a mais no mercado de trabalho, na comparação com o segundo trimestre. "A queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela retração de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre do ano", explica a coordenadora da PNAD, Adriana Beringuy. Para o head de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, João Savignon, os dados de desemprego vieram em linha com o esperado pelo mercado. "O resultado segue corroborando a visão de um mercado de trabalho aquecido, com importante crescimento da massa salarial, que segue renovando seus níveis recordes. Nossa projeção para o final do ano é de uma taxa de desemprego de 7,6%", projeta.

O emprego com carteira assinada puxou a melhora no 3º trimestre. O número de ocupados em vagas formais cresceu 1,6% (587 mil pessoas) em relação trimestre anterior. Agora, são 37,4 milhões de trabalhadores. "Mais da metade das pessoas inseridas no mercado de trabalho foram provenientes do crescimento da carteira assinada. Isso fez com que a expansão da ocupação formal fosse muito maior que a da informal", destaca Adriana. A informalidade ficou estável entre julho e setembro, no entanto, ainda há 39 milhões de trabalhadores sem carteira.

A renda média dos trabalhadores ficou em R$ 2.982, avanço de 1,7% em relação ao 2º trimestre. Esse aumento foi puxado pelos brasileiros com carteira assinada, empregados no setor público e trabalhadores por conta própria. Já a massa de rendimentos real habitualmente recebida pelos ocupados (em todos os trabalhos) bateu recorde de R$ 292,9 bilhões entre julho e setembro. Segundo o head de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, o mercado de trabalho forte segue dando suporte à perspectiva de uma desaceleração gradual da economia doméstica. "Com a renda crescendo, há sustentação do consumo das famílias, especificamente no setor de serviços e nas atividades do comércio nos próximos meses. Isso mesmo com a saída do efeito positivo do agronegócio e a política monetária restritiva", explica Savignon.

Com Agência Brasil e Redação da B3

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