Consumo cresce 2,2% no primeiro bimestre, revela Abras

Em relação a janeiro, o indicador recuou 0,9%
O consumo tem sido positivo, ainda que diante de uma inflação elevada e da alta taxa de desemprego

O consumo nos lares brasileiros cresceu 2,2% no primeiro bimestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (AbrasMercado). Na comparação com fevereiro de 2021, o crescimento foi de 3,9%. Em relação a janeiro, o indicador recuou 0,9%. De acordo com a Abras, a queda é explicada pelo efeito do calendário, ou seja, um menor número de dias em fevereiro quando comparado ao mês anterior.

Segundo a Abras, após o início do ano com crescimento positivo, mas em ritmo moderado, o indicador de consumo das famílias corresponde a estimativa do setor supermercadista, que prevê alta de 2,8% para este ano. "O consumo nos lares foi positivo neste primeiro bimestre, ainda que diante de uma inflação elevada e da alta taxa de desemprego", destacou o vice-presidente Institucional da Abras, Marcio Milan.

Um dos fatores que, segundo Milan, tem contribuído para a manutenção do consumo das famílias é a consolidação de transferência de renda via programas sociais, como o Auxílio Brasil. Ele lembrou que o cenário no primeiro bimestre do ano passado era instável e o consumidor vivia na incerteza do recebimento do auxílio emergencial, com o fim do pagamento do benefício decretado em dezembro de 2020 e a retomada somente a partir de abril de 2021.

"Neste ano, desde fevereiro, o pagamento benefício extraordinário, o Auxílio Brasil, é certo para ao menos 18 milhões de famílias em todo o país até o final do ano. Esse dinheiro em mão traz certa segurança para o consumidor", analisou. A Abras estima que o saque extraordinário do Fundo de Garantia (FGTS), cuja previsão é a de liberação de R$ 30 bilhões para 42 milhões de pessoas pode contribuir para o aumento de consumo.

Cesta de produtos
O AbrasMercado (cesta de 35 produtos de largo consumo) registrou alta de 1,3% em fevereiro na comparação com o mês anterior. Assim, o preço na média nacional passou de R$ 709,63 em janeiro para R$ 719,06 em fevereiro. No acumulado de 12 meses, a cesta nacional registra alta de 13,5%. Segundo a Abras, as maiores altas em fevereiro foram puxadas pela batata (23,4%), feijão (4,7%), cebola (3,2%), ovo (2,7%) e farinha de trigo (2,7%).

A região Sudeste teve a maior variação no preço médio da cesta, com alta de 1,5%, passando de R$ 689,11 em janeiro para R$ 700 em fevereiro. A segunda maior variação ocorreu no Centro-Oeste, passando de R$ 651,78 em janeiro para R$ 661,99 em fevereiro. Nas outras regiões, as maiores variações mensais no preço da cesta foram respectivamente: Sul (1,2%), Nordeste (1,1%), Norte (1,1%).

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Com Agência Brasil

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