Busca por crédito fecha 2020 com a primeira queda em seis anos
Segundo o Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito da Serasa Experian, a procura por crédito caiu 1% em 2020 quando comparado com 2019. Foi a primeira vez, desde 2015, que o índice fecha o ano no negativo (gráfico abaixo). Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o resultado não poderia ser diferente, já que 2020 foi um ano atípico e permeado por insegurança econômica desde o início da pandemia.
"O consumidor precisou focar em gastos prioritários e deixou de lado alguns segmentos que impulsionam a demanda por crédito, como o automotivo", nota. Ainda assim, de acordo com Rabi, a reabertura do comércio, as renegociações de dívidas e a redução dos juros foram fatores essenciais para a retomada do mercado de crédito e a recuperação do consumo. De fato, enquanto no acumulado do primeiro semestre de 2020, fortemente impactado pela pandemia, a demanda do consumidor por crédito recuou 8,1%, no acumulado do segundo semestre já se observou alta de 5,5%.
A análise por renda mostra que, levando-se em consideração o período de janeiro a dezembro de 2020, todas as faixas tiveram retração. Segundo Luiz Rabi, as reservas financeiras fazem toda diferença para participação do consumidor no mercado de crédito diante da instabilidade econômica. "A população de menor renda geralmente não possui esse recurso, o que aumenta a insegurança e faz com que a sua participação no mercado de crédito se retraia mais intensamente. Por outro lado, aqueles que recebem mais de R$ 2 mil mensais costumam poder contar com poupanças e aplicações em momentos de crise, o que lhes permitem continuar consumindo crédito ou, na pior das hipóteses, reduzir menos intensamente as suas demandas por ele do que o fazem as pessoas de mais baixa renda", ressalta Rabi.
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