Busca por crédito cai 3,5% no semestre

Retração é explicada pelo elevado patamar da taxa básica de juros
Selic atual faz com que as condições de obtenção de crédito não sejam atraentes para os empreendedores

A busca por crédito pelas empresas no primeiro semestre deste ano teve queda de 3,5% na comparação com igual período do ano passado, aponta levantamento da empresa de consultoria Serasa Experian. É a primeira vez que o indicador de demanda das empresas por crédito tem retração entre janeiro e junho desde 2020, meses iniciais da pandemia da Covid-19. Para Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, a atual taxa básica de juros em 13,75% ao ano, definida pelo Banco Central, faz com que as condições de obtenção de crédito não sejam atraentes para os empreendedores. Isso leva os empresários a "adiar, por enquanto, a busca por recursos financeiros". Ele avalia que "à medida em que a melhora na economia se tornar mais evidente e as taxas de juros começarem a diminuir, será possível enxergar uma retomada no indicador". A taxa de juros está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para o início de agosto. Para o mercado financeiro, a expectativa é que haja uma diminuição na taxa.

A categoria que engloba financeiras, setor primário e terceiro setor registrou o maior crescimento na busca por crédito, com alta de 10,3%. Em seguida, está o setor de comércio, com alta de 0,8% no acumulado dos últimos seis meses. A indústria, por sua vez, teve queda de 2%. Já o setor de serviços teve queda expressiva de 7,2% no indicador. O recorte por porte das empresas mostrou que as grandes e médias tiveram alta nas buscas pela demanda de crédito, com 15,7% e 3,3%, respectivamente. As pequenas empresas, por outro lado, registraram um percentual negativo de 3,8% em comparação com o primeiro semestre de 2022. Na análise por estado, o Mato Grosso foi o que teve maior alta na busca por crédito, com 7,4%, seguido por Santa Catarina (6,3%), Mato Grosso do Sul (6%) e Tocantins (4,2%), e o Distrito Federal (5,5%). Na outra ponta, está o Rio de Janeiro, com retração de 13,1%, Amapá (11,9%), Alagoas (11,7%), Minas Gerais (8,9%) e Sergipe (7,7%), os estados com maiores quedas.

Com Agência Brasil

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