Descarbonização precisaria ser cinco vezes maior para atender Acordo de Paris
A taxa anual de descarbonização no mundo necessária para chegar ao objetivo do Acordo de Paris de um aquecimento médio anual de 1,5°C deveria ser cinco vezes maior que o ritmo atual, de acordo com o estudo PwC Net Zero Economy Index 2021.
O relatório da PwC analisa como os países do G20 atuam para descarbonizar suas economias a partir do rastreamento da taxa de transição de baixo carbono e faz uma comparação das metas nacionais de cada país. Entre 2019 e 2020, o Brasil registrou um índice de descarbonização de 1,9%, mas nos últimos 20 anos essa taxa foi de apenas 0,5%.
O estudo constatou que uma taxa de descarbonização de 12,9% – cinco vezes maior que o nível do ano passado (2,5%) e oito vezes mais rápida do que a média global no século 21 – seria necessária para reduzir as emissões globais pela metade até 2030 e, consequentemente, cumprir a meta do Acordo de Paris de aumento da temperatura de no máximo 1,5° C.
Em 2020, a descarbonização mundial ficou em 2,5%, fruto da redução da demanda global de energia em 4,3% em 2020, o que reduziu em 5,6% as emissões relacionadas ao setor em comparação com os níveis de 2019). Esse, entretanto, foi apenas um ligeiro aumento em relação à taxa de 2019, de 2,4%. O estudo mostra ainda que a redução de emissões resultante da queda da demanda de energia ainda está muito aquém do progresso necessário para cumprir o Acordo de Paris.
"Observamos que empresas e governos estão aumentando suas ambições e ações em relação ao combate às mudanças climáticas. Mas é preciso fazer mais para alcançar os objetivos necessários, com a urgência que temos no momento. É necessário que todos os setores da economia participem desse movimento", afirma Mauricio Colombari, sócio da PwC Brasil.
México e Indonésia foram os únicos países que conseguiram chegar a uma taxa de descarbonização de dois dígitos, na análise feita pela PwC, com 12,4% e 10,6%, respectivamente. Apesar disso, a maioria dos países do G20 tem metas ambiciosas de redução de suas emissões, mas que precisam ser transformadas em ações concretas para chegar às mudanças necessárias.
O estudo mostra que quase metade dos investimentos no setor de energia nos países do G20 (US$ 296 bilhões) foi para a manutenção da produção e consumo de combustíveis fósseis. Para a PwC, o setor privado tem um papel fundamental nas ações positivas para o clima, e elas precisam estar corroboradas pelos governos, por meio de incentivos, e por toda a sociedade.
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