Importação apresenta alta de 6% no Sul no trimestre
A região Sul exportou US$ 10,3 bilhões até março. O valor representa uma queda de 11,4% 50,3% em relação ao primeiro trimestre de 2018. Já as importações chegaram a US$ 9,3 bilhões, um pequeno avanço de 6,4% em relação a igual intervalo do ano passado. A balança comercial, no entanto, mostrou saldo positivo de US$ 976 milhões no acumulado do ano, queda de 65% em relação ao saldo do primeiro trimestre de 2018. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), vinculado ao Ministério da Economia, e compilados pelo Portal AMANHÃ.
Nos números por estado, o Rio Grande do Sul fechou o acumulado até março com saldo positivo de US$ 2,6 bilhões, enquanto o Paraná teve balanço positivo de US$ 493 milhões. Santa Catarina apresentou resultado negativo em US$ 2,1 bilhões (confira os números detalhados na tabela abaixo). A região respondeu por 19,5% das exportações e por 22,2% das importações no período. Os principais produtos da pauta exportadora do Sul entre janeiro e março foram soja (inclusive triturada), carne de frango e de suíno, além de celulose e plataforma de perfuração. Os produtos mais importados foram óleos combustíveis, adubos, têxteis, naftas e veículos.
“Apesar de ter fechado o período com saldo negativo, está dentro do esperado, pois o comércio exterior de Santa Catarina se comporta assim desde 2010. Por certo, isto é reflexo da estrutura econômica catarinense e não deverá mudar radicalmente se não houver alteração brusca no setor industrial daquele estado”, diagnostica Jefferson Marcondes, economistas do Painel Macroeconômico do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE – Escola de Negócios), do Paraná. No levantamento dos economistas do ISAE, o Paraná apresenta constante crescimento do saldo da balança comercial desde 2014. “Em sendo a safra de 2019 tão boa quanto a de 2017 ou 2018, acreditamos que a trajetória de alta deverá ser mantida, apesar desse soluço entre janeiro e março”, prevê Christian Bundt, também economista do Painel Macroeconômico do ISAE.
Ao colocar a lupa nas relações comerciais do Rio Grande do Sul com o exterior, os especialistas destacam algumas peculiaridades. Bundt e Marcondes lembram que nos dois primeiros trimestres de 2018 e de 2019 a pauta gaúcha teve o mesmo tipo de produto representando quase 25% das exportações: no caso, plataformas de exploração ou perfuração. “O que mais chama atenção não é a queda na exportação dos manufaturados e sim dos produtos básicos, mesmo com a safra de grãos sendo umas das melhores dos últimos tempos. Se o Paraná teve soluço, o Rio Grande do Sul teve uma bela gripe”, compara Bundt. “Apesar dos números, observando a boa expectativa da safra agrícola para 2019, o desempenho da indústria no Sul – incluindo a produção de plataformas no Rio Grande do Sul e de veículos, partes e peças nos três estados e o movimento do câmbio, que está se posicionando um pouco acima da expectativa do mercado – espera-se que o cenário do comércio exterior da região permaneça estável”, resume Marcondes.
Balança comercial do Sul – Janeiro/Marçode 2019
Exportação | Importação | Saldo | |||
US$ FOB (A) | Var% | US$ FOB (B) | Var% | US$ FOB (A) - (B) | |
RS | 4.971,96 | (14,7) | 2.339,5 | (5,4) | 2.632,46 |
PR | 3.442,77 | (10,9) | 2.949,52 | 8,5 | 493,25 |
SC | 1.924,13 | (2,1) | 4.073,26 | 10,7 | (2.149,13) |
Total Sul | 10.338,86 | (11,4) | 9.362,28 | 6,4 | 976,58 |
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