Fiesc lança plataforma para mentoria de internacionalização

Processo consiste na análise do cenário de empresas catarinenses e definição de planos de ação
Federação irá auxiliar gestores a desenvolverem o potencial de importação e exportação de suas companhias

A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) deu, na tarde desta quarta-feira (21), mais um passo em direção à internacionalização do estado. Através de evento on-line, foi lançada uma plataforma digital de internacionalização para empresas do estado, através da qual a federação irá auxiliar gestores a desenvolverem o potencial de importação e exportação de suas companhias. O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar (na foto, ao centro), afirma que a indústria catarinense tem grande potencial de sucesso nessa área. "É uma indústria diversificada e competente – e que pode adquirir novos mercados. Em parceria com a Intercomp [empresa que desenvolveu o sistema], vamos identificar as deficiências e necessidades de cada empresa e criar planos de ação para auxiliá-las a se inserirem no mercado internacional", explica.

Ele reconhece as dificuldades de se lançar nessa aventura: a precariedade da infraestrutura e uma complexa estrutura tributária que tira competitividade dos negócios. Para contornar isso, a ideia é oferecer um atendimento customizado para cada situação. "Todas as empresas que se potencializam internacionalmente melhoram muito seu potencial para o mercado interno. A plataforma e nossa equipe de internacionalização estarão sempre à disposição da indústria catarinense", garante Aguiar.

Ao acessar a plataforma, cada empresa catarinense pode criar seu próprio perfil. Através dele irá receber documentos, serviços e estudos desenvolvidos costumizados, desde resultados de avaliações de maturidade até planos de ações e estudos de inteligência comercial. O estudo de maturidade confere uma nota de 0 a 4 a cada companhia, de acordo com o nível de aptidão para a realização de negócios internacionais. Com base no resultado dessa avaliação, a federação, por meio de uma equipe composta por especialistas e professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), constrói um plano de ações de acordo com o objetivo da empresa: se quiser importação de insumos como alternativa, seu programa será construído tendo isso em vista.

A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, conta que o programa de internacionalização vem sendo construído desde agosto de 2018. "Um fato inédito no Brasil: 99% dos planos de ações e das avaliações de maturidade não são individuais, são coletivos e massificados. Aqui estamos tratando cada empresário dentro do seu ambiente, com o objetivo de cooperar com eles de forma muito estreita por meio de todas as informações, documentos e ferramentas que temos", argumenta Maitê. Através da plataforma, também será inaugurada uma nova oferta de serviços do sistema Fiesc: uma assessoria de negócios para as companhias catarinenses. "Muitos dos empresários, particularmente no ramo de alimentos, caminham cada vez mais para uma industrialização dos alimentos. Para que ele possa atender o mercado norte-americano, por exemplo, tem de fazer registros prévios na FDA [Food and Drug Administration, uma agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos], e muitos empresários chegam a pagar até US$ 20 mil por registros que poderíamos perfeitamente colaborar e fazer aqui na Fiesc. Então estamos inaugurando, também, o serviço de planejamento estratégico internacional, a possibilidade de assessorá-los e permitir a participação deles em feiras e missões virtuais", comemora Maitê, como é mais conhecida.

Análise de mercado
Ao final do evento, a CEO da Fornari Indústria, Luciane Fornari, compartilhou sua experiência de ingresso no mercado internacional. Sua empresa, que desenvolve máquinas e equipamentos para o setor do agronegócio, está no mercado há 11 anos e já está presente em 10 países, mais fortemente na América Latina. Especializados em lavadoras para frango e ovos, a primeira estratégia pensada por Luciane foi investir nos Estados Unidos, um dos países que mais consomem esses alimentos. Foi para lá que começou a mirar os "canhões" de internacionalização. Após um estudo de mercado, percebeu que seria mais prudente investir no México, responsável por boa parte da exportação dos frangos e ovos que são consumidos pelos estadunidenses. "A estruturação do processo da internacionalização é muito importante. A partir de um estudo de mercado, realinhamos a estratégia da empresa e está dando muito certo. Hoje, entramos com os pés firmes pela América Latina, com muito mais segurança", conta.

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