Balança comercial tem maior superávit para meses de março

Exportações superaram importações em US$ 7,3 bilhões
O Ministério da Economia elevou de US$ 79,4 bilhões para US$ 111,6 bilhões a projeção de superávit comercial neste ano

Embalada pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional), a balança comercial registra o melhor resultado positivo para meses de março desde o início da série histórica, em 1989. No mês passado, o país exportou US$ 7,3 bilhões a mais do que importou. Segundo o Ministério da Economia, isso representa alta de 19,3% em relação ao registrado em março do ano passado.

No primeiro trimestre, a balança comercial acumula superávit de US$ 11,3 bilhões. Isso representa 37,6% a mais que o registrado de janeiro e março do ano passado (US$ 8 bilhões). O saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para 2017, quando o superávit tinha ficado em US$ 13 bilhões nesse intervalo. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 29 bilhões para o exterior e comprou US$ 21,7 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em março, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 25% em relação a março do ano passado, pelo critério da média diária. As importações aumentaram 27,1% na mesma comparação.

Um dos principais responsáveis pela recuperação do saldo comercial foi a valorização das commodities (bens primários com cotação internacional), que subiram em março em meio ao acirramento das tensões entre Rússia e Ucrânia. A estabilidade de algumas safras, principalmente a de soja, também contribuiu para o resultado. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu apenas 1,8%, enquanto os preços aumentaram 17,2% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada caiu 7,1%, mas os preços médios subiram 29,5%.

Estimativa
O Ministério da Economia elevou de US$ 79,4 bilhões para US$ 111,6 bilhões a projeção de superávit comercial (exportações menos importações) para este ano. Segundo a pasta, a valorização das commodities (bens primários com cotação internacional) decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia justificou a revisão da estimativa. "O conflito entre Rússia e Ucrânia levou a um aumento de preços e gera expectativa de valor exportado maior", disse o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão.

Segundo o subsecretário, além do aumento dos preços internacionais, observa-se o aumento da demanda por matérias-primas brasileiras após o início do conflito. "Há demanda crescente por produtos brasileiros a preços maiores, o que fará com que a receita de exportação cresça", acrescentou. Caso a previsão se confirme, esse será o maior superávit comercial desde o início da série histórica, em 1989. O saldo positivo de US$ 111,6 bilhões representa quase o dobro do superávit recorde de US$ 61,2 bilhões, registrado no ano passado.

A cada três meses, o Ministério da Economia revisa as projeções para a balança comercial. A estimativa para as exportações em 2022 saltou de US$ 284,3 bilhões previstos em janeiro para US$ 348,8 bilhões. Para as importações, as projeções passaram de US$ 204,9 bilhões para US$ 237,2 bilhões. As previsões também são recordes para esses parâmetros. As projeções oficiais estão bem mais otimistas que a do mercado. A última edição do boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit comercial de US$ 65 bilhões neste ano.

Impactos
Apesar da melhora na balança comercial, a invasão da Ucrânia pela Rússia está produzindo impactos no comércio do Brasil com os dois países. Em março, as vendas brasileiras para a Ucrânia caíram 59% em valores na comparação com o mesmo mês de 2021. Alguns produtos, como a soja, tiveram o fluxo totalmente interrompido e não foram exportados para o país do leste europeu. As importações da Ucrânia recuaram 49%.

Em relação à Rússia, houve queda no fluxo de mercadorias, mas o encarecimento de preços garantiu o aumento dos valores comerciados. Em março, o valor das exportações brasileiras para a Rússia subiu 54%, enquanto o valor das importações aumentou 71%, pressionado pelos fertilizantes químicos, item do qual a Rússia é uma das principais produtoras globais. "Observamos queda acentuada no fluxo comercial para a Ucrânia em março. Já o aumento do comércio com a Rússia ocorre por alta em preços. Há redução em quantidade nos totais importados de 9,6%", afirmou o subsecretário do Ministério da Economia.

Quer saber mais sobre comércio exterior?
Receba diariamente a newsletter do Grupo AMANHÃ. Faça seu cadastro aqui e, ainda, acesse o acervo de publicações do Grupo AMANHÃ.

Com Agência Brasil

Veja mais notícias sobre Sul for ExportEconomiaBrasil.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 23 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br./