Anfavea teme crescente presença chinesa na América Latina

Até 2021, o Brasil era o país que mais exportava para os países vizinhos. No ano passado a China tomou a dianteira
"Precisamos urgentemente aumentar nossa competitividade para exportar, ou perderemos ainda mais terreno em nossos principais destinos, não só para a China, mas para outros países emergentes da Ásia, como Índia, Tailândia e Indonésia", reiterou Leite

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) usou seu tradicional encontro mensal com a imprensa para apresentar um estudo inédito. Segundo o levantamento, a fatia abocanhada pelos chineses no mercado da América Latina saiu de 4,6%, em 2013, para 21,2%, no ano passado. Nesse mesmo período, o Brasil passou de 22,5% para 19,4%. "Além da queda recente de volumes, o que mais nos preocupa é a perda de participação dos produtos brasileiros nos mercados no continente", alertou o presidente Márcio de Lima Leite, no evento acompanhado pelo Portal AMANHÃ. 

"Até 2021, o Brasil era o país que mais exportava para os países vizinhos. No ano passado a China tomou a dianteira, com 21,2% de presença, ante 19,4% do Brasil. Precisamos urgentemente aumentar nossa competitividade para exportar, ou perderemos ainda mais terreno em nossos principais destinos, não só para a China, mas para outros países emergentes da Ásia, como Índia, Tailândia e Indonésia", reiterou Leite. Em relação à presença chinesa no Brasil, o presidente da associação louvou as marcas que planejam se instalar como fabricantes, mas ressaltou que é preciso retomar o Imposto de Importação de 35% para modelos elétricos e híbridos, que têm a China como principal país de origem – foram mais de 30 mil unidades apenas neste ano. Hoje os veículos elétricos importados não pagam impostos ao desembarcarem no Brasil. "Pode ser de forma gradual, ou por cotas, mas é preciso haver uma regra que incentive e dê previsibilidade à produção local de veículos elétricos", concluiu Leite, destacando que o Brasil poderá ter em breve a mesma situação dos países vizinhos, com mais de 20% de importações chinesas sem a contrapartida da geração local de empregos.

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Sábado, 23 Novembro 2024

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