RS tem um infectado a cada 214 habitantes

Estudo estima que cerca de 0,47% da população gaúcha tenha anticorpos para a doença
"Essa parceria com a comunidade científica nos dá segurança, e nos dá uma orientação mais segura", afirma Leite

A pesquisa de prevalência da Covid-19 na população gaúcha mostra que a disseminação do novo coronavírus aumentou no Rio Grande do Sul. Os números da quinta etapa do estudo, divulgados nesta quarta-feira (1) pelo governo do Estado e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) apontam que há um infectado a cada 214 habitantes. Os dados estimam que mais de 53 mil pessoas (de 32.891 a 81.059, pela margem de erro da pesquisa) têm ou já tiveram o vírus na população gaúcha. "A pesquisa, inédita e que ganhou proporção nacional, é um dos parâmetros utilizados para definir as medidas adotadas no enfrentamento ao coronavírus. Essa parceria com a comunidade científica nos dá segurança, e nos dá uma orientação mais segura sobre o que devemos e o que não devemos fazer", reforçou o governador Eduardo Leite.

"Além de a pesquisa apontar aumento na disseminação do vírus pelo Estado, também mostra que a população não está obedecendo ao distanciamento social com o mesmo afinco que fazia em abril. Sabíamos que isso ocorreria, mas volto a chamar atenção para o fato de que estamos vivendo o momento mais delicado da pandemia até agora, e a colaboração de cada gaúcho e de cada gaúcha é essencial", alertou. Entre os dias 27 e 29 de junho, foram testadas 4,5 mil pessoas nas nove cidades selecionadas: Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Caxias do Sul.

De acordo com o resultado dos testes aplicados nesta etapa, estima-se que haja 53.094 pessoas já com anticorpos no Estado, equivalente a 0,47% da população. Na rodada anterior, no final de maio, as projeções eram de 20.226 pessoas infectadas pelo vírus (0,18% da população). Dos 4,5 mil testes, 21 deram resultado positivo para coronavírus: quatro em Caxias do Sul, três em Uruguaiana, Ijuí, Santa Cruz do Sul e Passo Fundo; dois em Porto Alegre e Canoas, e um em Pelotas. Santa Maria foi a única cidade selecionada pela pesquisa que não teve nenhum resultado positivo. Os novos dados estimam que haja um infectado a cada 214 gaúchos – na testagem anterior, havia um caso positivo a cada 562 pessoas; na terceira, um a cada 454 pessoas; na segunda, um a cada 769 e na rodada inicial, um a cada 2 mil.
Para cada 1 milhão de habitantes do Rio Grande do Sul, estima-se que existam 4.667 infectados reais e 2.219 notificações. Para cada caso notificado, portanto, existem cerca de dois casos não notificados. A EpiCovid19-RS ainda tem previstas três etapas: a sexta etapa deve ocorrer de 25 a 27 de julho; a sétima, de 22 a 24 de agosto; e a oitava, de 26 a 28 de setembro.

Distanciamento Controlado
Se comparados à quarta etapa da pesquisa, os dados da quinta etapa mostram que o percentual de pessoas que está seguindo as orientações de distanciamento social diminuiu nesse intervalo de um mês: apenas 12,7% dos entrevistados alegou estar sempre em casa. No final de maio, eram 14,5% dos entrevistados. "Estamos monitorando, sempre com o dedo no pulso, a evolução da doença no Estado. Com o aumento de internações que percebemos, restringimos algumas atividades, e se não houver diminuição na velocidade de contágio, teremos de restringir ainda mais, com a migração de algumas regiões de bandeira vermelha para preta. Está nas mãos de toda a sociedade. Todos, juntos, podemos evitar que haja maiores restrições", alertou o governador Eduardo Leite.

Lockdown
Embora não tenha apresentado os resultados da pesquisa, como costumeiro, o reitor da UFPel, Pedro Hallal, participou da transmissão ao vivo para esclarecer uma dúvida a respeito da adoção de "lockdown" no Estado. Uma vez que o Epicovid19 tomou proporção nacional e foi replicada em outros Estados, Hallal vem alertando sobre a necessidade de um lockdown rigoroso, de 15 dias, para deter a curva ascendente de casos confirmados e de óbitos por coronavírus. O reitor explicou, no entanto, que o Rio Grande do Sul tem um acompanhamento da evolução da pandemia que nenhum outro Estado apresenta. "É uma situação muito preocupante em todos os Estados, alguns mais do que outros, mas a recomendação sobre o lockdown é para o país inteiro. De nada adiantaria o Rio Grande do Sul fazer isso sem que outros Estados adotem a mesma medida", esclareceu. "Se identificarmos essa necessidade para o RS em algum momento, defenderemos isso, e tenho certeza de que o Estado daria o mesmo encaminhamento", reforçou.

Veja mais notícias sobre SaúdeCoronavírusRio Grande do Sul.

Veja também:

 

Comentários: 1

Jesus Carcavilla em Quarta, 29 Julho 2020 17:08

Lockdown não é a solução. O número de infectados ainda é pequeno e deveria ser permitido que todos ficassem infectados e daí, sim, colocar em prática os protocolos que indicam que o tratamento será efetuado no início do contágio (para aqueles que precisarem). Agora, protocolo coerente, aqueles que estão salvando milhares de pessoas, tanto aqui no Brasil como em outros países que o aplicaram. Conforme médicos famosos do Brasil o protocolo é composto, dentre outros medicamentos, hidroxicloroquina, azitromicina etc. Parece que o problema da pandemia está sendo politizada. É uma lástima!

Lockdown não é a solução. O número de infectados ainda é pequeno e deveria ser permitido que todos ficassem infectados e daí, sim, colocar em prática os protocolos que indicam que o tratamento será efetuado no início do contágio (para aqueles que precisarem). Agora, protocolo coerente, aqueles que estão salvando milhares de pessoas, tanto aqui no Brasil como em outros países que o aplicaram. Conforme médicos famosos do Brasil o protocolo é composto, dentre outros medicamentos, hidroxicloroquina, azitromicina etc. Parece que o problema da pandemia está sendo politizada. É uma lástima!
Visitante
Sábado, 23 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br./