Feira Industrial de Shanghai: na dúvida, o melhor é arriscar

Evento foi adiado para o final do ano em função da pandemia
Shanghai é a cidade com mais feiras importantes na China, seguida de perto por Beijing, Hong Kong e Guangzhou

Adiada para 1 a 5 de dezembro, a 23ª CIIF 2021 é mais uma na lista das feiras chinesas importantes que muda de data em função da pandemia – o evento não resistiu à possibilidade de contaminação pelas novas variantes da Covid, em especial a Delta, a mais famosa delas no momento. Afinal de contas, costumam passar por seus estandes quase 200 mil visitantes (na de 2020, foram 191 mil, de 30 países).

Com nove áreas significativas, das quais a de Automação Industrial é recordista em expositores (517 em 2020), a CIIF destaca-se também pelas empresas de metalurgia (372 expositores), novos materiais para a indústria (305), equipamentos e tecnologia de proteção ambiental, energia e nova energia (autos), robótica, inovação científica e tecnológica, informação e tecnologia de comunicação.

Nas duas edições da CIIF que visitei, as áreas ambiental e de universidades, incubadoras e parques tecnológicos ocupavam um pavilhão inteiro, para conhecer um pouco de cada empresa ou instituição ali eram necessários dois dias pelo menos. 

Visitar essa feira exige preparo físico: a de 2020 contou com um total de 2.350 expositores, de 22 países e regiões, espalhados em 255 mil metros quadrados com estandes. Desse total, 72 expositores eram da Alemanha, mais Itália (56), Japão (49), Taiwan (16), Estados Unidos (12), França (9) e outros países (43).

A importância da CIIF aumentou com o anúncio do plano chinês de modernização industrial, que ficou conhecido como "Made in China 2025", apesar do seu horizonte ser 2049. Iniciado em 2015, ele é a versão chinesa da "Indústria 4.0" que os países mais desenvolvidos – Estados Unidos e Alemanha à frente – estão implantando em ritmo acelerado.

Quem quiser ter uma boa noção do que está ocorrendo na China na área industrial tem agora a oportunidade de visitar esse megaevento em Shanghai no início de dezembro, com direito a temperatura agradável e, talvez, a uma quarentena prévia (no caso de brasileiros). Como plus importante, conhecerá também novidades da Alemanha, Estados Unidos, Japão, Coreia etc.

Shanghai é a cidade com mais feiras importantes na China, seguida de perto por Beijing, Hong Kong e Guangzhou. O Centro Nacional de Exposições e Convenções (NECC), onde a Feira ocorre, é um dos espaços de eventos mais modernos e concorridos de Shanghai.

Atendido por linha de metrô, que liga à estação ferroviária e ao aeroporto, o NECC tem quase 1,5 milhão de metros quadrados, constituindo-se no maior complexo de construção e exposição de blocos únicos do mundo, segundo informa em seu site. São 400 mil metros quadrados de salões de exposições internos e 100 mil metros quadrados de área externa. Há ainda 60 salas de conferência.

Dadas as dimensões do evento e do local, e a quantidade de visitantes circulando, é obrigatório planejar bem a atividade, porque essa maratona é cansativa e, dependendo do caso, corre o risco até de ser improdutiva, tal o gigantismo da coisa toda. A decisão do investimento de ir à CIIF lembra a interpretação popular de que "crise" em chinês significa "risco e oportunidade", o que é uma meia verdade. Na dúvida, o melhor é arriscar, porque é realmente uma oportunidade e tanto. 

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