Ibovespa fecha março como o pior mês desde 1998

Incertezas por Covid-19 preocupam mercado

O Ibovespa, principal índice da B3 (foto), teve o pior mês em quase 22 anos com a crise do coronavírus, com uma queda acumulada de 29,9%. Em agosto de 1998, o índice havia recuado 39,5%. Pela manhã, chegou a operar no positivo, puxado pelas ações da Vale e da Petrobras, na máxima de 75.511 pontos (+1,1%), mas atingiu a mínima dos 72.385 pontos (-3%). Após ajustes, o Ibovespa encerrou nesta terça-feira (31) em queda de 2,1%, aos 73.020 pontos.

"Esse 'bear market' tem sido incomum, não por causa da escala do declínio, mas por causa da velocidade e da volatilidade", avaliaram Peter Oppenheimer e equipe, do Goldman Sachs em relatório a clientes. Mesmo após uma bateria de medidas globais de estímulos econômicos e notícias melhores sobre desenvolvimento de vacinas e testes, março e o primeiro trimestre também terminam com uma série de incertezas, principalmente sobre os efeitos econômicos.

Conforme o ritmo de contágio não mostra sinais de alívio e medidas de confinamento vêm sendo prorrogadas, continua incerto o efeito final na atividade mundial, bem como o momento da recuperação das economias. Nesse cenário, a aposta de manutenção da volatilidade em níveis elevados é consenso entre agentes financeiros. Para o analista Jasper Lawer, chefe de pesquisa no London Capital Group, o primeiro trimestre está quase acabando e há um monte de medidas de alívio no mundo. "Um mês novo pode oferecer alguma perspectiva nova, e talvez uma mais construtiva", sugere.

*Com Reuters

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