Dólar volta a ultrapassar R$ 5,60 e fecha no maior valor em três meses

Mercado reagiu ao adiamento de medidas econômicas
A cotação está no valor mais alto desde 20 de maio, quando tinha fechado em R$ 5,69

Num dia de tensões no mercado financeiro, a bolsa caiu e o dólar voltou a ultrapassar os R$ 5,60, fechando no maior nível em três meses. O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (26) vendido a R$ 5,612, com alta de 1,5%. A cotação está no valor mais alto desde 20 de maio, quando tinha fechado em R$ 5,69.

No início do dia, a moeda norte-americana operava perto da estabilidade, mas a alta ganhou força depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que a atual proposta da equipe econômica para o Renda Brasil, futuro programa social do governo, está suspensa. Em evento em Ipatinga (MG), o presidente manifestou-se contrário à eventual extinção do abono salarial – espécie de 14º salário pago a trabalhadores formais que ganham até dois salários mínimos – para ampliar o valor médio do benefício do Renda Brasil. O Ministério da Economia não se pronunciou sobre a declaração.

O índice Ibovespa, da B3 (a bolsa de valores brasileira), que também operava perto da estabilidade, passou a cair depois da sessão. O indicador fechou o dia aos 100.627 pontos, com recuo de 1,4%. Na mínima do dia, por volta das 14h50, chegou aos 99,3 mil pontos. Mais tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, reiterou o compromisso com o teto de gastos e afirmou que nenhuma proposta que viole o limite de despesas federais será votada na Casa. A declaração aliviou a alta do dólar, que chegou a R$ 5,63 na máxima do dia, por volta das 15h, e desacelerou a queda da bolsa.

O Banco Central (BC) voltou a intervir no câmbio. A autoridade monetária vendeu US$ 650 milhões das reservas internacionais em dois leilões de linha, quando o BC vende parte das reservas com o compromisso de recomprá-las mais tarde. O desempenho do mercado brasileiro contrastou com o exterior. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,3%. No entanto, os outros dois índices tiveram altas expressivas e voltaram a bater recordes históricos. O S&P 500 ganhou 1%, e o Nasdaq (índice de empresas de tecnologia) subiu 1,7%.

*Com informações da Reuters

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