Dólar fecha a R$ 4,23 e renova recorde
O dólar voltou a fechar em alta nesta terça-feira (26) e renovou a máxima de fechamento nominal, com os investidores reagindo a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que o câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto". Durante boa parte do dia, a moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 4,27. Na segunda-feira (25), a moeda encerrou sendo comercializada a R$ 4,215, com alta de 0,5%.
Nesta terça, o dólar subiu 0,6%, a R$ 4,2394. Na máxima da sessão, chegou a R$ 4,2771. Trata-se da maior cotação intradia já registrada, sem considerar a inflação. O Banco Central reforçou a intervenção no câmbio. Por volta das 11h05, a alta da moeda teve uma leve desaceleração, depois que o BC vendeu dólares no mercado à vista, em leilão extra, com taxa de corte de US$ 4,232. Um segundo leilão à vista foi feito por volta das 15h30, com corte de US$ 4,2390, devolvendo a cotação para baixo de R$ 4,25. Na parcial de novembro, a moeda norte-americana acumula alta de 5,7%. No ano, o avanço até agora é de 9,4%.
A escalada da divisa norte-americana ocorreu em reação à fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que estaria confortável com o patamar médio da cotação. No evento promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, Guedes afirmou que o câmbio mais alto no país é consequência do novo regime fiscal. "Eu não estou preocupado com a alta do dólar", declarou Guedes. "Pelo contrário. Achei absolutamente compreensível. O juro baixou, está em 5%. Quando tem política fiscal mais forte e juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio é mais alto", destacou o ministro. "O Brasil é agora um país de juro mais baixo e câmbio um pouco mais alto. Esse é o movimento", disse Guedes.
Analistas avaliam que o adiamento das reformas e a frustração com o leilão da cessão onerosa, por exemplo, são fatos que não ajudam o Real a se recuperar. Também há quem não acredite que o dólar chegará ao patamar de R$ 4,40, pois não existem fundamentos concretos para isso. O único temor de agentes do mercado é que a moeda siga tendo picos de alta e que o Comitê de Política Monetária (Copom), que fará a última reunião deste ano nos dias 10 e 11 de dezembro, veja que há menos espaço para corte de juros.
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