Got milk?
Leite é tudo igual, certo? Se a resposta depender da Languiru, não. A empresa está lançando uma nova linha de produtos cuja origem é certificada – e que, graças a processos de produção mais modernos, permite que a bebida chegue mais fresco à mesa do consumidor (saiba mais aqui). É o caso típico de um vendedor de commodities trabalhando arduamente para “descomoditizar” o que comercializa.
A iniciativa soma-se a outras tantas que vemos por aí. Verduras e legumes lavados e embalados são vendidos como uma salada pré-pronta nos supermercados. Frutas cortadas, embaladas e prontas para o consumo, também.
Há o caso daquelas frutas menores que as convencionais, comercializadas em pacotes com personagens infantis estampados. E, nos EUA, já se vendeu cenouras-baby em sacos do tipo salgadinho Elma Chips, na intenção declarada de que o consumidor substituísse uns pelos outros: “coma como se fosse junk food”, dizia seu slogan.
E já que o mote deste post é o leite, como não lembrar da campanha “Got milk?”, que personalidades conhecidas estrelaram anos atrás, também nos EUA, para aumentar o consumo da bebida?
Todos são exemplos da “descomoditização” mencionada lá no início, e da qual a Languiru é a mais nova adepta.
Na sua tentativa de poder cobrar um pouco mais por cada litro de leite, a Languiru investiu na qualidade intrínseca do produto e no nome, batizando a nova linha de “Origem”. Poderia ter mexido na embalagem, tornando-a diferente da tradicional caixinha; ter associado o produto a uma imagem consagrada (uma celebridade, uma organização não-governamental); ou, quem sabe, tentado ritualizar o seu consumo – medidas típicas em casos de descomoditização.
Vale a pena tamanho esforço? Bem, o cenário empresarial atual, especialmente entre commodities, é como o automobilismo: uma permanente tentativa de obter vantagens mínimas, onde for possível, para garantir a competitividade das empresas. E numa disputa assim, cada milissegundo – ou, no caso, centavo – pode fazer diferença.
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