Governo federal apresenta estudo para desestatização da Ferroeste

Tarcísio de Freitas defende o avanço da ferrovia até Mato Grosso do Sul
Segundo o Ministério da Infraestrutura, são esperados R$ 8 bilhões em investimentos na Ferroeste

O Ministério da Infraestrutura apresentou nesta terça-feira (18) o estudo de viabilidade técnico-econômica que visa a desestatização da Estrada de Ferro Paraná Oeste, mais conhecida como Ferroeste. Durante o evento, que contou com a participação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e dos governadores do Paraná, Ratinho Júnior, e do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, também foi assinado o contrato de arrendamento do terminal portuário PAR12, localizado no Porto de Paranaguá (PR).

Os dois estados estão entre os que serão mais beneficiados pelos dois empreendimentos, uma vez que boa parte da produção agrícola do Mato Grosso do Sul poderá ser escoada pela ferrovia até o Porto de Paranaguá. No trecho em operação da ferrovia, os produtos mais transportados são grãos, contêineres e cimento. A Ferroeste ligará as cidades paranaenses de Guarapuava e Cascavel. A expectativa é de uma extensão da ferrovia até a cidade de Dourados (MS). Segundo o Ministério da Infraestrutura, são esperados R$ 8 bilhões em investimentos.

Tarcísio de Freitas defendeu o avanço da ferrovia até Mato Grosso do Sul, o que, segundo ele, "ligará umbilicalmente" o estado com o Porto de Paranaguá. "Tenho certeza de que, no futuro, estaremos capturando carga também no Paraguai", projetou o ministro. O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, recordou que a ferrovia diminuirá o fluxo de cargas na BR-262 que, segundo ele, "está se deteriorando com as 300 carretas que passam todos os dias por ali". O governador do Paraná, Ratinho Júnior, elogiou as iniciativas implementadas por Freitas, no sentido de "tornar a Ferroeste interessante para a iniciativa privada". "A Ferroeste será uma grande artéria de conexão com o Mato Grosso do Sul", disse o governador paranaense.

O ministro da Infraestrutura apontou como "principal desafio" para o empreendimento ferroviário dar celeridade ao processo que culminará com o leilão da ferrovia. "Temos alguns desafios pela frente. Um deles é o cronograma, até que [o projeto] seja sabatinado pela sociedade, escrutinado pelos órgãos de controle, para chegarmos ao leilão", explicou. Ele chamou atenção para alguns cuidados que devem ser levados em conta para o sucesso do leilão, em especial para que não se caia "na armadilha de termos uma demanda superestimada, o que poderia comprometer o projeto". Outra barreira é relativa à descida da ferrovia na Serra do Mar. "Uma coisa que tem de ser muito bem avaliada é a questão da bitola, porque hoje temos uma ferrovia que opera na bitola métrica. A migração da bitola métrica para a bitola mista tem que ser muito bem pensada. Pessoas com quem temos conversado têm falado em mudar a superestrutura para transportar mais carga por eixo."

O coordenador do Plano Estadual Ferroviário Luiz Henrique Fagundes informou que a Ferroeste terá impacto de R$ 206 bilhões na economia brasileira, o que corresponde a 3% do PIB. Pelo menos 9 milhões de pessoas serão beneficiadas com o empreendimento, principalmente no Paraná, em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul. "A ferrovia terá influência direta em 427 cidades localizadas no Brasil, no Paraguai e na Argentina. Indiretamente este número aumenta para 925 municípios nos três países", revelou.

"Se a ferrovia já estivesse funcionando, estaríamos trafegando 26 milhões de toneladas por ano, com um potencial de 38 milhões de toneladas. E a redução média do custo logístico seria de 28%, em uma projeção bastante conservadora", acrescentou. Segundo o coordenador, com a ferrovia em pleno funcionamento a redução de custo será de US$ 13 por tonelada transportada, e o tempo de trânsito entre Cascavel e o Porto de Paranaguá reduziria de 100 horas para 20 horas.

Porto de Paranaguá
De acordo com o ministro da Infraestrutura, a assinatura do o contrato de arrendamento do terminal portuário PAR12, no Porto de Paranaguá, confirma a vocação inovadora que o empreendimento demonstra ao longo de sua história. "Esse porto tem se destacado e estado na vanguarda, com a segunda maior movimentação do país e tem dado excelentes respostas e movimentações recordes. Além disso, enfrentou a pandemia com muita velocidade e diligência, conseguindo manter suas operações. Não à toa, foi o primeiro porto a conquistar, no governo federal, autonomia para a gestão", declarou Freitas ao destacar, também, a "ousadia" de ter sido o primeiro porto a ter uma concessão de manutenção do canal.

Com Agência Brasil

Veja mais notícias sobre InfraestruturaParaná.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Domingo, 24 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br./