Fraport quer solução rápida para o Salgado Filho
A diretora-presidente da Fraport Brasil, Andreea Pal, apresentou na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), nesta terça-feira (6), os planos do grupo alemão para o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, bem como o atual estágio das suas obras de ampliação. Aos empresários, ela alertou que para o cronograma ser cumprido será necessário retirar e reassentar até o final de 2019 mais de mil famílias da Vila Nazaré na área atingida pela obra. Caso isso não ocorra, ela não assegura a ampliação da pista de 2,3 mil metros para 3,2 mil metros até dezembro de 2021, conforme previsto no projeto.
“O contrato é muito claro, nossa responsabilidade é apenas a de desocupar a área. Se tivermos que realocar as famílias, provavelmente não seguiremos com a construção ou não pagaremos tanto à União pela concessão; esperamos uma compensação”, afirmou Andreea. O prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Júnior, falou sobre o empenho da prefeitura em resolver a questão. “É importante frisar que toda essa dedicação da prefeitura em desocupar o terreno e a busca de um investimento imobiliário começou muito antes da licitação da Fraport. É um compromisso social do município de Porto Alegre com mais de mil famílias”, revelou.
O cônsul-geral da Alemanha em Porto Alegre, Thomas Schmitt, chamou a atenção para a questão social, alertando para a necessidade de um acordo urgente. “O meu governo tem confiança no sistema jurídico brasileiro, tudo será resolvido. O que nos preocupa é o problema social, são quase 1.300 famílias vivendo com esgoto aberto, em uma situação intolerável. O processo jurídico pode levar tempo, o problema agora é a questão social e econômica, a cidade também precisa do aeroporto funcionando para se converter num hub (centro de conexão) na América Latina”, acentuou. O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, reforçou o apoio da entidade à concessionária. “A ampliação é fundamental não apenas para a indústria, mas para toda a comunidade gaúcha. A obra não pode ser interrompida e esperamos que essa tratativa seja resolvida o mais rápido possível”, cobrou.
A ampliação da pista chegou a um impasse após os Ministérios Públicos Federal e Estadual e as Defensorias Públicas da União e Estadual entrarem na Justiça contra a Fraport Brasil, cobrando da concessionária a responsabilidade também pelo reassentamento das famílias, algo que caberia ao Poder Público, segundo entendimento do grupo alemão. De acordo com a Fraport, a ampliação da pista traria competitividade às exportações gaúchas, visto que, atualmente, 73% do volume das vendas externas são transportados via terrestre, aumentando em cerca de 10% o custo das empresas. O prolongamento de 900 metros permitiria a operação de voos de carga com aeronaves de grande porte em longa distância de Porto Alegre ao exterior, sem a necessidade de passar por São Paulo, por exemplo.
Segundo Andreea, as próximas etapas de finalização da Fase 1B compreendem a adequação do sistema de drenagem e a implantação de novas zonas de segurança de pista. “Executamos essa obra na pista para a segurança de todos”, lembrou. Para o segundo semestre, a antiga área de check-in, no Piso 2 do Terminal 1, deverá estar pronta para atender somente voos internacionais. O espaço de check-in inaugurado em abril ficará destinado a voos domésticos. Uma segunda nova esteira de bagagem será disponibilizada aos passageiros que desembarcam de voos internacionais. O início das operações da companhia aérea Azul, no Terminal 1 está previsto até o final do mês de setembro. A diretora também destaca que há expectativa de uma grande oferta de lojas e restaurantes. Com investimento de R$ 1,8 bilhão, a previsão é que a expansão do terminal esta concluída até outubro de 2019 e a extensão da pista, até 2021.
Também participaram da reunião com representantes da indústria gaúcha os presidentes da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn; da FCDL, Vitor Koch; e da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, Marcus Coester.
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