Crise do coronavírus provocou mais de 530 mil demissões em Santa Catarina

Sebrae/SC divulgou nova pesquisa sobre impactos da pandemia nos diferentes setores e regiões do Estado
A perda total de faturamento das empresas catarinenses já soma R$ 16,2 bilhões

O Sebrae/SC, a Federação das Indústrias (Fiesc) e a Fecomércio divulgaram nesta terça-feira (12) a 3ª edição da pesquisa que apresenta o impacto da pandemia do novo coronavírus na economia do Estado. De acordo com a sondagem, que analisou o universo dos pequenos negócios e das médias e grandes empresas, cerca de 530 mil pessoas já perderam seus empregos desde o início da crise provocada pela pandemia da Covid-19.

Em relação às demissões, 41,4% dos entrevistados afirmam ter demitido desde o início da crise. Na última medição, feita em abril, o percentual era de 34,4%. Com isso, estima-se que mais de 530 mil pessoas já perderam os seus empregos em Santa Catarina. A pesquisa envolveu 2.547 entrevistas com pequenos, médios e grandes empresários dos setores de serviço, comércio e indústria das nove regiões, no período de 4 a 6 de maio.

Os motivos da curva de desempregos seguir crescendo, mesmo após a retomada foram comentados por Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc. " Santa Catarina é um estado que produz mais do que consome, então é dependente do aumento de atividade em outros estados, que consomem o que produzimos. Além disso, demitir é muito caro, as empresas evitam ao máximo. Muitas seguraram para demitir, esperaram alguma medida do governo, redução de ICMS, concessão de crédito. Mas como não veio, acabaram demitindo", recordou.

Dos empresários que buscaram crédito, apenas 30% conseguiu e a burocracia e os juros altos foram os principais motivos de desistência. O setor da indústria é o que mais teve acesso a crédito. "Os empresários estão buscando soluções para garantir a sobrevivência dos negócios, que mantém os empregos e a renda das famílias em Santa Catarina. Ainda assim, a queda no volume de vendas chegou a 73,6% nos serviços e 65,2% no comércio. O cenário pela frente é ainda incerto e muito desafiador", avalia Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio/SC.

Após o relaxamento da quarentena, 86,7 % das empresas catarinenses já estão operando, com cuidados e restrições. Ainda existem 114 mil negócios de portas fechadas, dentre as quais, a maioria é formado por pequenas e microempresas, além de microempreendedores individuais. Quase a totalidade das empresas de grande porte, por outro lado, estão em operação, mas com redução na produção. A sondagem revelou que os empregos no setor industrial são os mais afetados: 55,3% das indústrias catarinenses demitiram funcionários desde o início da quarentena. Nos setores de serviços e comércio, o percentual varia na casa dos 30%.

Na divulgação dos resultados, acompanhada por AMANHÃ, o diretor superintendente do Sebrae, Carlos Henrique Fonseca ressaltou as principais estratégias adotas pelas empresas para evitar as demissões. " A suspensão temporária do contrato de trabalho foi adotada por 24,7% das empresas e a redução proporcional da jornada de trabalho e de salários por 22% das empresas, sendo que a modalidade preferida para realização da redução foram os acordos individuais", destacou.

Da amostra entrevistada, sete a cada dez empresas esperam se recuperar entre seis meses e dois anos, e quatro a cada dez empresas esperam recuperação de seus negócios até final do ano. Estima-se que a perda total de faturamento das empresas catarinenses já soma R$ 16,2 bilhões. "Baseado no histórico do empresário catarinense, que sempre soube enfrentar crises e intempéries, acredito que termos força para nos recuperar, mesmo de um choque tão grande. A retomada virá", crê Aguiar.

Regiões
Essa edição da pesquisa mostrou que na região Sul, 44,7% dos entrevistados afirmaram ter demitido desde o início da crise. No Oeste catarinense, 33,4% dos empresários demitiram. Na região da Foz do Itajaí, 42,1% dos executivos desligaram funcionários. Nesta edição da pesquisa, 36,9% dos empresários da Grande Florianópolis afirmaram ter demitido ao menos dois funcionários no último mês. Já na região Norte, 43,3% dos entrevistados desligaram empregados. Na Serra catarinense, 36,3% dos empresários afirmaram ter demitido no período. Por fim, 44% dos empresários do Vale do Itajaí afirmaram ter feito demissões no período. 

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