Confiança oscila entre os setores industriais

Índice recuou nas indústrias de todos os portes em março
A única região em que o ICEI teve alta foi o Sul do país, mas mesmo com o avanço de 0,9 ponto, o índice permanece no campo da falta de confiança


A confiança não voltou de forma plena e disseminada entre os setores industriais em março, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI Resultados Setoriais), da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador mostra que dos 29 setores considerados, 17 seguem confiantes e 12 sem confiança. E, entre eles, o cenário está bem diverso. Foram consultadas 1.991 empresas, entre 1º e 9 de março. Entre os setores que registraram confiança na economia, há quedas expressivas na passagem de fevereiro para março. O ICEI de produtos farmoquímicos e farmacêuticos caiu de 60,4 pontos para 51,9 pontos e o índice de sabões, detergentes, produtos de limpeza e cosméticos passou de 57,1 pontos para 54 pontos. O ICEI varia de 0 a 100, com uma linha de corte. Valores acima de 50 pontos indicam confiança e abaixo indicam desconfiança. O maior aumento do índice ocorreu no setor de bebidas. Nesse caso, o ICEI passou de 51 pontos para 52,9 pontos.

"A incerteza segue elevada, o que impede que o empresário se sinta seguro o suficiente para um aumento consistente da confiança. Em um cenário assim, é natural que os empresários mostrem avaliações difusas sobre as condições atuais e suas expectativas, resultando nessa evolução da confiança diferenciada entre os setores", avalia o gerente de análise econômica, Marcelo Azevedo, sobre esse cenário oscilante. Há ainda quedas importantes em março, entre os setores que registraram falta de confiança em março. O ICEI de biocombustíveis caiu de 49,5 pontos para 46,9 pontos, o de móveis passou de 47 pontos para 43,7 pontos e o de produtos de borracha caiu de 49,5 pontos para 42,1 pontos.

A confiança recuou nas indústrias de todos os portes em março. A queda foi maior nas pequenas empresas, para as quais o ICEI caiu 1,1 ponto, para 48,5 pontos. Com a queda, o índice se afastou da linha divisória de 50 pontos, o que mostra falta de confiança do empresário. Entre médias e grandes empresas, o ICEI caiu 0,3 ponto. Enquanto para as médias o ICEI está muito próximo a linha de 50 pontos, em 49,4 pontos, para as grandes o ICEI mostra confiança dos empresários, com índice de 51,7 pontos. O ICEI caiu 0,5 ponto, para 49,8 pontos, no Sudeste. O índice está próximo dos 50 pontos, o que mostra que a falta de confiança do empresário da região não é intensa ou generalizada. O ICEI também recuou nas regiões Norte (-1,4 ponto), Nordeste (-1,2 ponto) e Centro-oeste (-1,1 ponto). No entanto, em todas essas regiões, o ICEI se mantém acima da linha divisória de 50 pontos, o que significa que os empresários dessas regiões seguem confiantes. A única região em que o ICEI teve alta foi o Sul do país. Mesmo com o avanço de 0,9 ponto, o índice permanece no campo da falta de confiança com 47,2 pontos.

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Domingo, 24 Novembro 2024

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