Cenário menos adverso faz indústria do Sul projetar retomada no primeiro semestre
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), pesquisa mensal elaborada pelas Federações de Indústrias do Sul apontam para tendência positiva. O indicador geral somou 68,9 pontos entre os empresários paranaense – mesmo resultado de dezembro passado, porém, com diferença na composição. O ICEI varia de zero a cem pontos e quando está acima de 50, sugere confiança. O indicador é formado pelo índice de condições, que avalia a economia e as empresas com relação aos últimos seis meses, e pelo de expectativas, que mede os mesmos parâmetros nos seis meses futuros. Em janeiro, o índice de condições obteve 63,1 pontos. Uma queda de seis décimos com relação ao valor obtido em dezembro, que ficou em 63,7.Mas a média foi compensada pelo indicador de expectativas, que chegou a 71,8 pontos, contra 71,5 registrados em dezembro.
Na avaliação do economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, algumas medidas adotadas pelo governo contribuíram para que confiança do industrial venha se mantendo alta nos últimos meses. “A liberação de saque do FTGS no segundo semestre, as sucessivas quedas da Selic, que já atingiu o menor patamar da história e pode ser reduzida ainda mais este ano, somada à aprovação da lei de liberdade econômica e ao controle da inflação, que fechou o ano dentro dos patamares previstos pelo governo, contribuíram para criar um ambiente de negócios mais favorável em 2020”, justifica.
Já o ICEI catarinense registrou 68,2 pontos em janeiro. O resultado está levemente abaixo do registrado no mesmo mês de 2019 (68,5 pontos), informa pesquisa do Observatório Fiesc. O resultado positivo do primeiro mês do ano foi influenciado pela melhora da percepção das condições atuais da economia e das expectativas futuras. O desempenho de Santa Catarina está em linha com o resultado nacional, que no período foi de 65,3 pontos, o maior valor desde junho de 2010. Dos componentes do ICEI catarinense, o indicador de condições atuais cresceu 2,1 pontos, totalizando 63,2 pontos. O indicador de expectativas também apresentou melhoras com o aumento de 2,6 pontos, passando de 68,1 pontos para 70,7 pontos no mês de janeiro. Isso indica uma retomada nas perspectivas em relação às economias catarinense e brasileira.
A Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, divulgada pela Fiergs, também revela otimismo. Os empresários gaúchos apresentaram, em dezembro, um cenário menos adverso para o setor no final do ano, projetando uma retomada ainda no primeiro semestre de 2020. As razões para esta expectativa positiva foram baixos níveis de estoques, melhores condições financeiras e menores dificuldades de acesso ao crédito, mesmo com os recuos na produção, no emprego e na Utilização da Capacidade Instalada (UCI). “Apesar da queda da produção em dezembro, algo que já era esperado por conta da sazonalidade, todos os indicadores de expectativas para os próximos seis meses aumentaram entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, sinalizando otimismo entre os empresários”, avalia Gilberto Petry, presidente da entidade. O índice de produção alcançou 42,4 pontos em dezembro, o que, abaixo dos 50 pontos, denota queda ante novembro. Típica do último mês do ano, mesmo assim a redução em 2019 foi a menos intensa desde 2010. O recuo do emprego, da mesma forma, foi menos acentuado do que o padrão histórico do período. O índice ficou em 48,8 pontos, o maior valor para o mês da série desde 2011.
Mesmo que o grau médio da UCI também tenha caído de 74% para 68% entre novembro e dezembro, mostrou uma utilização superior à média histórica (67,1%). Os empresários gaúchos avaliaram que a empresa operou abaixo do nível usual para o mês: o índice de UCI em relação a usual foi de 45,5 pontos, menor do que os 49,6 de novembro. Um bom indício apontado pela Sondagem Industrial é dado pelo indicador de estoques de produtos finais em relação ao planejado. Atingiu 47,9 pontos, mostrando que ficaram abaixo do previsto pelas empresas. Apesar de comum para o mês, é um dado importante, pois evidencia que a demanda foi acima da esperada e, ao mesmo tempo, sugere alta da produção para recompor os pedidos. Valores acima de 50 pontos indicam que os estoques estão acima do planejado.
Quanto ao futuro, todos os indicadores de expectativas para os próximos seis meses permaneceram acima dos 50 pontos (perspectivas de alta) e cresceram entre dezembro e janeiro. Os empresários gaúchos esperam aumento de demanda (61,1 pontos), inclusive da externa (55,4). Nesse cenário, as empresas projetam aumentar o emprego (55,4), assim como as compras de matérias-primas (59) e os investimentos: a intenção de investir ficou em 57,9 pontos, muito acima da média histórica, de 49,2.
Veja mais notícias sobre Indústria.
Comentários: