“Trabalho é o maior programa social que a pessoa pode receber”
Ao ser questionado pelo Portal AMANHÃ sobre quais seriam os temas prioritários de seu segundo ano de mandato, o governador do Paraná, Ratinho Junior (foto) foi enfático: "Trabalho é o maior programa social que a pessoa pode receber". Toda a equipe de governo está orientada a atuar em linha com esta visão. "Por isso, atuamos num conjunto de medidas que estimulem a atração de novos investimentos e incentivem a pessoas a empreender. Neste contexto, tudo é importante e prioritário, desde a boa formação escolar e a segurança eficiente, até uma máquina pública ágil e infraestrutura moderna. O Paraná vive um momento de pacificação política e um bom ambiente econômico, que pretendemos fortalecer", destacou Ratinho Junior ao Portal AMANHÃ, que apresenta desde quinta-feira (5) uma série sobre o balanço do primeiro ano de mandato dos três governadores da região Sul e as perspectivas a partir de agora.
O governador do Paraná está confiante na economia regional. "A nosso favor está a boa safra agrícola. O clima não atrapalhou e voltamos aos patamares históricos de produtividade. No ano passado, recebemos autorização para suspender a vacinação dos rebanhos contra a febre aftosa, o que abre novas possibilidades para o agronegócio paranaense a partir de agora", evidencia. Outra força da economia é a indústria. Tanto que, em 2019, o melhor desempenho industrial do país veio do Paraná: o setor avançou 5,7% enquanto produção nacional recuou 1,1%. "Desde 2011, o parque industrial paranaense não alcançava esses índices", comemora. "No ano passado, registramos um saldo de 111 mil empresas abertas em 2019. Em média, foram 500 novos negócios criados por dia. Prospectamos R$ 23 bilhões em novos investimentos. Ficamos entre os quatro Estados que mais geraram emprego, com mais de 51 mil vagas de carteira assinada e outras 50 mil vagas na informalidade. É o melhor desempenho dos últimos seis anos", assinala.
Em 2020, Ratinho Junior pretende acelerar os projetos de melhoria e modernização da malha rodoviária estadual, e consolidar o Banco de Projetos. Trata-se de uma medida que permitirá a contratação e elaboração de projetos executivos para diversas áreas – "uma necessidade para que possamos acessar recursos no Brasil e no exterior para realizar obras". Na área social, o governo pretende dar continuidade ao processo de descentralização da saúde, reforçando as estruturas do interior. "A nossa lógica é que quem deve viajar é o remédio e não o doente", diz. Para obter melhores resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a ponta de lança é a modernização do processo pedagógico na rede estadual, com tecnologia, para estimular que os jovens permaneçam na escola. "Reduzimos os índices de criminalidade no ano passado, com mais policiamento, mais inteligência e maior integração das forças policiais, inclusive com projetos em parceria com o ministro da Justiça, Sérgio Moro. A segurança pública será sempre uma prioridade", define o governador do Paraná.
Confira aqui a reportagem com Carlos Moisés, governador de Santa Catarina
Ratinho Junior faz costumeiras alusões ao princípio de que o Estado deve ser um facilitador, não um obstáculo, a quem quer trabalhar e produzir. "Neste primeiro ano demonstramos à sociedade paranaense que não seremos um governo que atrapalha. Muito pelo contrário: seremos um governo que resolve e que sempre estará ao lado daqueles que querem contribuir para tornar o Paraná um Estado cada vez mais moderno e inovador." Com esta disposição, ele reporta ter zerado, em três meses, a fila de 4 mil pedidos de abertura de empresas que encontrou ao assumir. "Implantamos o programa Descomplica. Com ele, o empreendedor pode abrir uma empresa em poucas horas. Em alguns casos, que não exigem licenças e vistorias, ele pode sair com o CNPJ em minutos", assegura.
A máquina pública do Paraná se tornou mais leve, eficiente e menos onerosa em 2019, segundo Ratinho. Ele cita a redução do número de secretarias, de 28 para 15, e a unificação de estruturas que haviam sido criadas nas décadas de 1960 e 1970, e que hoje precisam atuar de maneira integrada. "Agora, elas podem fazer o mesmo trabalho e o cidadão ganha tempo. Fizemos isso nas áreas de meio ambiente e agricultura. Tínhamos oito órgãos e agora são apenas dois." A reforma administrativa inclui ainda o mapeamento das estruturas físicas do Estado, para potencializar a utilização dos prédios e, assim, reduzir gastos de custeio.
A aprovação da reforma da previdência estadual, a eliminação de privilégios - como o jato que servia à governadoria -, o congelamento de salário do primeiro escalão e, ainda, uma revisão de contratos que trouxe economia de cerca de R$ 100 milhões são avanços de 2019 que se mostraram decisivos para a reorganização do Estado, sustenta Ratinho Junior. "Também implantamos, por lei, um programa de compliance e integridade para dar suporte aos atos de governo e evitar qualquer possibilidade de irregularidade. Fechamos as contas de 2019 com todos os compromissos em dia. Conseguimos pagar antecipadamente o décimo-terceiro e o salário de dezembro. E iniciamos 2020 aplicando o reajuste de 2% na folha, conforme acordo feito com os servidores", recorda.
A infraestrutura está no centro das atenções do Palácio Iguaçu, especialmente a partir do novo programa de concessões rodoviárias, que envolve um trabalho em conjunto com a União. "Vamos ampliar para 4,1 mil quilômetros de estradas concedidas à iniciativa privada. Hoje, são 2,5 mil quilômetros do Anel de Integração. A licitação será realizada pelo governo federal. Nossa exigência é que as tarifas baixem, pois o paranaense paga atualmente um pedágio muito alto", acredita. Encaixam-se nas prioridades de infraestrutura o estudo de viabilidade de um novo trecho ferroviário, entre Paranaguá e Maracaju (MS), e o início da construção da segunda ponte entre Brasil e Paraguai, em Foz do Iguaçu, em parceria com a Itaipu. O Voe Paraná, programa de estímulo para a aviação regional, colocou em operação dez trechos entre Curitiba e cidades do interior. "Tem avião chegando em municípios que nem imaginavam que isso estive próximo de acontecer. O programa incentivou as grandes companhias aéreas a abrir novas rotas entre cidades do Paraná e outros estados. Isso é fundamental para a atração de investimentos e de turistas, uma das nossas prioridades", frisa.
O agronegócio, engrenagem estratégica da economia paranaense, terá um papel essencial para que o Estado decole. A Copel, segundo Ratinho Junior,, investirá R$ 2,8 bilhões "no maior programa de modernização da rede elétrica que o estado já teve". A companhia trocará o sistema monofásico pelo trifásico, com o objetivo de permitir que cada propriedade rural possa se transformar, nas palavras do governador, em uma unidade agroindustrial. No total, serão substituídos 25 mil quilômetros de cabos nos próximos anos, promete. "O empreendedorismo do homem do campo foi contemplado no Descomplica Rural, sistema que agiliza e desburocratiza diversos procedimentos para que o agricultor possa atuar no ramo agroindustrial." E sem amarras burocráticas, apregoa. "Entendemos que quem quer abrir um tanque de peixe, ou uma granja de frangos, respeitando a natureza, não pode esperar seis meses ou um ano por uma licença. Isso tem de ser automático, ágil, on-line, com segurança ambiental e jurídica. O agronegócio é a vocação do Paraná", resume.
Comentários: