Indústria deve estar atenta a questões de segurança física, alimentar e digital

Paulo Herrmann destacou oportunidades de negócios para o setor em palestra no Sul
Paulo Herrmann, ex-presidente da John Deer, encerrou as discussões do evento Radar Reinvenção, na Fiesc, e elencou tendências que devem impactar o setor produtivo

Três são as questões que devem impactar a indústria nos próximos anos: questões de segurança física, alimentar e digital. Portanto, oportunidades nestes campos devem ser aproveitadas, afirma o consultor Paulo Herrmann, que presidiu uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas, a John Deere. Ele encerrou os debates promovidos pelo Radar Reinvenção, evento promovido pela Federação das Indústrias (Fiesc) na quarta-feira (3). Herrmann falou da força da China, que tem investido em estradas e portos, e da promissora economia da Índia, que registrou no ano passado US$ 3,2 trilhões e, segundo estimativas do Banco Mundial, deve alcançar US$ 30 trilhões em 2050. "Prestem atenção na Índia, ela pode ser uma boa parceira comercial", assinalou.

Também chamou a atenção para soluções que possam mitigar eventos climáticos. Secas e chuvas resultaram em perdas na ordem de R$ 287 bilhões, segundo dados apresentados por Herrmann. "O Brasil tem apenas 10% de área irrigada. Qual país pode se dar esse luxo?", questionou. Para o consultor, a globalização acelerou a adoção de novas tecnologias. "A pandemia inclusive potencializou isso, com a juventude voltando para casa e rejuvenescendo o campo. Há neste momento uma grande revolução em curso no interior do Brasil no sentido de aumentar a eficiência do uso da tecnologia que já está lá", frisa, lembrando a baixa cobertura de internet 4G, o que prejudica a conectividade. Outra oportunidade está relacionada ao agronegócio e à indústria metalmecânica: o aumento da capacidade de armazenagem de grãos. "Somos o país do agro, está na essência do nosso DNA. Há um déficit de 126 milhões de toneladas de grãos para serem armazenados", relevou Herrmann.

O Fórum Radar mais uma vez apresentou os desafios que o setor empresarial tem pela frente, destacou o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, ao fazer um balanço no encerramento do encontro. "Gestores das empresas precisam construir as estratégias para a superação desses desafios", afirmou, ao convidar para as próximas edições do evento e para programas de educação executiva que serão promovidos pela Academia Fiesc de Negócios. O Radar Reinvenção abre uma série de encontros que vai ocorrer em outras quatro oportunidades. Chapecó receberá no dia 13 de junho o evento (o tema será sobre descarbonização e transformação digital), enquanto Jaraguá do Sul sediará no dia 4 de julho (o assunto tratado será infraestrutura e mobilidade). No dia 20 de agosto Criciúma será palco do debate sobre transição energética. O encontro retornará para a capital nos dias 17 e 18 de outubro, encerrando a jornada, debatendo como dar forma para uma indústria mais competitiva.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 23 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br./