Agilidade nos negócios exige aceitar mudanças, aconselham executivos
Ser ágil, à primeira vista, pode significar apenas ser veloz. Mas, no contexto dos negócios, traz um conceito muito mais amplo, sobretudo quando transformação digital está em plena aceleração. Isto é: inclui aceitar mudanças de cultura, de mentalidade e de estratégias, principalmente durante a pandemia, que tem exigido uma rapidez inédita na tomada de decisões. Esses temas estiveram na pauta da segunda edição do XTalk BriviaDez, transmitido na quinta-feira (28). O evento on-line teve a participação de Nivio Delgado (CEO da Fundacred), Renan Morais (Digital Delivery Manager da AES South America) e Andrey Varella (head of Design do Banco Carrefour). A mediação foi de Roberto Ribas, Chief Strategy Officer (CSO) da BriviaDez.
Para Varella, a agilidade vem de uma era da ciência na qual as evoluções foram pautadas pela sede de conhecimento, pelo teste de hipóteses e por tentativas e erros. "Quando falamos numa mudança de mindset, falamos em aceitar a nossa ignorância. Questionar verdades antigas, aprender algo que não sabemos. Isso foi o princípio da ciência. Quando temos essa consciência, conseguimos mudar nossos processos, fazer experimentação contínua e melhorar o trabalho. Sem isso, a empresa nunca será ágil", afirmou. O head of Design do Banco Carrefour destacou ainda a importância de ter empatia durante o processo de transformação. "A mudança será diferente para diferentes áreas, pessoas e empresas. E precisamos ser empáticos com aqueles que estão tendo o contato com isso pela primeira vez", ressaltou. Segundo ele, há uma necessidade de que todos tenham uma visão clara do que é preciso fazer.
Implementar essas mudanças para que a companhia seja ágil traz à tona uma série de desafios. E a superação deles, muitas vezes, começa no olhar para dentro da empresa, como relata Nivio Delgadi. Em sua experiência à frente da Fundacred, o CEO apontou o foco no propósito da organização para nortear o processo. "O propósito fez com que tivéssemos uma atitude mental de mudar, de ter de entregar o melhor para a sociedade no que fazíamos. Não vamos conseguir entregar valor sem saber o que temos em casa", apontou. O executivo reforçou ainda a diferença entre agilidade e velocidade. "Uma empresa ágil tem capacidade de se adaptar. Não necessariamente com velocidade, mas com eficiência de fazer o jeito certo e eficácia de tomar a atitude certa", aconselhou Delgado, ressaltando também a importância do envolvimento dos funcionários nessa construção.
Reinvenção para adaptação
A pandemia do novo coronavírus tem exigido muito mais dessa agilidade nas empresas, que precisam se adaptar ao cenário. Para Renan Morais, o momento é também um catalisador para inovações. "Tivemos de nos reinventar com o uso de ferramentas novas e uma colaboração mais virtual, com todo mundo em sua casa. E tem funcionado muito bem", contou o head da AES South America. Morais acrescentou que o êxito dessas plataformas deve torná-las perenes após a crise, considerando a manutenção do nível de qualidade nas entregas. "Esse ambiente nos traz o desafio da adaptabilidade. E as empresas verdadeiramente ágeis são aquelas capazes de entender o contexto atual onde estão inseridas, ainda mais agora na pandemia", pontuou.
Na mediação da live, Roberto Ribas avaliou que a transformação digital não é mais uma novidade dos negócios, mas se tornou compulsória com a chegada da Covid-19. "Esse momento requer muito mais agilidade em metodologia, cultura, estratégia, pessoas", reforçou o CSO da BriviaDez, salientando que um grande acelerador desse processo é "uma clareza do porquê: do que é o valor da empresa e para onde essa organização está indo".
O terceiro encontro do XTalk será em junho, tendo como tema "A transformação digital no setor público". Um dos participantes confirmados é Eliel Allebrandt, managing director e key account director da BriviaDez, executivo à frente da expansão da agência em Brasília.
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