A crise é adrenalina que acelera a transformação

Afirmação é da presidente da Whirlpool Brasil, Andrea Salgueiro, que participou da abertura do Fórum Radar Reinvenção, da Fiesc
Andrea e Traça (no telão) e Fernando de Rizzo (direita) participaram do primeiro painel do Fórum Radar Fiesc

As empresas que investem em inovação em momentos de crise superam a concorrência na fase de recuperação, afirmou a presidente da Whirlpool Brasil, Andrea Salgueiro, na abertura do Fórum Radar Reinvenção, evento promovido pela Federação das Indústrias (Fiesc), nesta terça (9) e quarta-feira (10), em Florianópolis. "As companhias têm de ter a inovação como drive de crescimento e mover a empresa para o próximo patamar", declarou, lembrando que durante a pandemia, a Whirlpool acelerou a implementação de projetos que trouxeram vantagens competitivas. "A crise serve como adrenalina dentro de uma companhia para acelerar a transformação. Se você perde o passo da mudança, você fica para trás", resumiu.

Andrea exemplificou como a pandemia mudou de forma significativa os hábitos dos consumidores, que redescobriram suas casas. E isso gerou mudanças nas empresas, especialmente para companhias como a Whirlpool, que fabrica bens de consumo como geladeiras e outros eletrodomésticos. A companhia catarinense também foi líder da 17ª edição de Campeãs da Inovação, ranking elaborado pelo Grupo AMANHÃ em parceria com o IXL-Center (acesse a edição digital aqui, mediante pequeno cadastro).

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O presidente da Tupy, Fernando de Rizzo, apresentou uma linha do tempo em que relatou os principais momentos em que a empresa, fundada em 1938, precisou se reinventar. A companhia, de Joinville, produz componentes usados em segmentos como o automotivo e de bens de capital. "Inovação, transformação e reinvenção são inerentes à indústria e tudo isso só é possível pelas pessoas", disse. Ele observou as mudanças em curso e os desafios, principalmente em relação à disponibilidade de energia, fator relevante para o crescimento mundial, além da questão do clima, que está em debate na COP 26.

Rizzo também apresentou projetos que estão em fase de pesquisa pela Tupy e que podem ter impactos disruptivos no longo prazo, como a jornada da descarbonização, que envolve a reciclagem de baterias de lítio, em parceria com a USP, para desenvolver o processo adequado de recuperação de materiais. Também há um projeto na Áustria para desenvolver um motor de alta performance que usa hidrogênio. Para 2022, ele antecipou que será lançado o compromisso público de sustentabilidade da companhia. "A taxa de reinvenção da companhia precisa acelerar. É isso que estamos tentando mostrar aqui. As iniciativas são conectadas e funcionam em rede", declarou.

As práticas ESG também foram destacadas pelo diretor da NOVA School of Business and Economics, Daniel Traça. Na opinião dele, a maior parte das empresas percebem a urgência do tema, mas o desafio é saber como transformar a organização em uma organização voltada para isso. "O mundo está sob uma pressão intensa. E essa mudança vai chegar depressa. As empresas precisam ser disruptivas e estar à frente do tempo. O conforto de hoje é o desconforto de amanhã", declarou, lembrando que a sustentabilidade é uma exigência da sociedade, dos consumidores, dos investidores e dos acionistas também.

O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, observou que a pandemia acelerou drasticamente transformações que já estavam em curso. "Mudanças no comportamento do consumidor e outras, provocadas por novas tecnologias, são irreversíveis. A velocidade disso tudo é que amplifica o tamanho do desafio. Empresas que lidam com produtos de alta tecnologia sabem melhor do que ninguém como pode ser curta a distância entre a liderança de mercado num momento e o desaparecimento de um produto ou marca, pouco tempo depois. O que a pandemia nos mostrou é que a necessidade e a oportunidade são catalizadores para a transformação", afirmou.

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