O Brasil é a avenida de crescimento da CMPC
A limitação para compra de terras brasileiras por companhias estrangeiras é uma pedra no sapato das empresas que vislumbram no país um cenário promissor para os seus negócios. No entanto, na tarde de quarta-feira (11), as Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Agricultura (CRA) deram um passo para a facilitação da aquisição. O projeto foi aprovado, com emendas, que segue agora para a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá decisão terminativa, ou seja, final no Senado.
Uma das companhias que aguarda essa decisão é a chilena CMCP, quarta maior produtora de celulose de mercado no mundo. Enquanto o projeto não passa pela CCJ, parceria com donos de terras ou até a formação de um fundo florestal também são cogitadas. Com planta fabril em Guaíba, região metropolitana gaúcha, a CMPC é alimentada por uma ampla base florestal espalhada por vários municípios do estado. “O Brasil é a avenida de crescimento da CMPC por uma série de motivos”, acredita Mauricio Harger (foto), diretor-geral da CMPC no país, ressaltando que, em comparação ao Chile, o Brasil possui mais espaços a serem ocupados pela silvicultura. A empresa reuniu a imprensa em seu tradicional almoço de final de ano, em Porto Alegre.
Seu patrimônio florestal inclui 900 hortos, distribuídos em 62 municípios do Rio Grande do Sul, em torno de 324 mil hectares. Entre as obras recentes, estão os investimentos em transporte hidroviário, com a readequação e modernização do porto de Pelotas, a CMPC reduziu cerca de 100 mil viagens de caminhões anualmente nas rodovias para o transplante das toras. A companhia exporta 90% da sua produção de celulose e nove em cada dez cargas são enviadas de forma marítima.
Para monitorar e combater incêndios, a CMPC investiu pesado em um sistema moderno de segurança das propriedades. Entre as tecnologias, está o uso de drones para mapeamento, controle das distâncias entre cargas e até para a aplicação de herbicidas. A companhia vem avaliando também o uso de inteligência artificial para o processo de silvicultura de precisão, com o plantio de mudas feitos por robôs.
Completando uma década de operações no Brasil, a CMPC estima ter faturado aproximadamente R$ 17 bilhões e contribuído com $ 1,6 bilhão em impostos. Os investimentos na planta fabril chegam a R$ 12 bilhões, com ampliações e melhorias. Só no ano passado, a companhia faturou R$ 4,7 bilhões. A CMPC é a 12ª maior empresa da região e a a quarta do Rio Grande do Sul, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ com o apoio técnico da PwC.
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