Heineken quer criar, a partir do Sul, novo nicho de mercado
Como o Portal AMANHÃ antecipou, o Grupo Heineken confirmou novos investimentos no Paraná. Em cerimônia com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, nesta quarta-feira (11), na unidade da indústria, em Ponta Grossa, a cervejaria anunciou que destinará R$ 865 milhões até 2021 para a ampliação da produção da planta, concentrada em rótulos como Heineken e Amstel. Serão 600 novos empregos entre diretos e indiretos. De acordo com a empresa de origem holandesa, a capacidade total de produção será aumentada em 75% após os aportes.
Presidente-executivo do grupo no Brasil, Mauricio Giamellaro disse que a empresa está antecipando o investimento em um ano devido ao bom momento econômico do Paraná. "Investimos constantemente na ampliação de nossas cervejarias. E o Paraná nos recebeu muito bem, com muita paixão", ressaltou. Eduardo Bekin, diretor-presidente da Invest Paraná, agência estadual de atração de investimentos privados, explicou que o acordo que permitiu a expansão da Heineken vem sendo costurado desde o ano passado. "Uma negociação trabalhosa porque muitos Estados estavam de olho nesse investimento. Começa em mais R$ 860 milhões, mas certamente vai passar de R$ 1 bilhão", ressaltou. A Heineken destacou também que a localização de Ponta Grossa favorece o escoamento da produção para mercados-chave no País, como as regiões Sul e Sudeste, especialmente relevantes para o segmento premium.
Versão sem álcool
Segundo Giamellaro, um dos grandes objetivos na ampliação da cervejaria no Paraná é o lançamento de novos produtos, incluindo a versão sem álcool da Heineken, que começará a ser vendida no país no segundo trimestre. "Muito do investimento será destinado à Heineken 0.0", disse o executivo. A bebida já é comercializada no México e em mais de 50 países. "Até hoje, cerveja sem álcool era um mercado de nicho. Vamos criar um mercado novo para a cerveja 0.0", afirmou o executivo, acrescentando que o produto será vendido na mesma faixa de preço da Heineken com álcool. Ainda de acordo com ele, Ponta Grossa será a primeira cervejaria da marca a produzir o novo produto no Brasil. O aporte também visa a expansão de capacidade na categoria de cervejas mainstream (segmento médio de mercado). No último ano, segundo balanço da empresa, as marcas Amstel e Devassa ampliaram o volume de vendas no País, o que justificaria o investimento.
Essa é a segunda vez que a multinacional holandesa amplia investimentos no Paraná desde a sua instalação, em 1995. Entre 2015 e 2016 o aporte foi de R$ 450 milhões para elevar a capacidade de produção em 40% na planta de Ponta Grossa. Agora, a ação integra um grande pacote que vem sendo aportado em cinco fábricas da marca no Brasil. Além de Ponta Grossa, os investimentos serão na unidade de Alagoinhas (Bahia) e nas plantas localizadas em São Paulo: Araraquara, Itu e Jacareí. A partir dessa expansão, a cidade paranaense se tornará a terceira maior operação do grupo no Brasil.
Em fevereiro, a Heineken, segunda maior cervejaria do mundo, afirmou em Bruxelas, na Bélgica, que os volumes de venda de cerveja do grupo subiram 4,1% no quarto trimestre, puxados por avanços mais fortes no Brasil, Camboja e Vietnã. A empresa também afirmou na ocasião que o Brasil atualmente é o maior mercado da marca no mundo, na frente de Estados Unidos e da Europa. A cervejaria afirma ter atualmente 22% do mercado nacional. Segundo executivos da empresa, o crescimento tem sido mais acelerado desde a aquisição das operações da japonesa Kirin no país por US$ 1,2 bilhão, em 2017. No Brasil, além da Heineken, posicionada no segmento premium, e da Amstel, no segmento mainstream, a cervejaria holandesa tem rótulos econômicos como Glacial e Kaiser, também produzidas na unidade paranaense.
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