Banrisul tem lucro na casa do bilhão pelo terceiro ano

O exercício de 2020 ainda será desafiador na visão de Coutinho

Crescimento das receitas de tarifas bancárias, relativa estabilidade das despesas administrativas e menor fluxo de despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa. É a este cenário que o Banrisul atribui o bom desempenho do ano de 2019. O lucro líquido total foi de R$ 1,34 bilhão, um aumento de 28,2% em relação ao período de 2018. É o terceiro ano seguido em que a empresa fecha as contas na casa dos bilhões, algo que, segundo o presidente Cláudio Coutinho (foto), é reflexo de mudanças feitas na época do governo Sartori e que foram "mantidas e melhoradas" até os dias de hoje. Porém, para alcançar esse resultado, o banco também teve menor margem financeira, que ficou em R$ 1,3 bilhão no quarto trimestre, representando uma queda de 2,9% ante o terceiro trimestre e de 11,7% no ano. Em 2019, a margem caiu 2,9%, a R$ 5,5 bilhões.

Com patrimônio líquido de R$ 7,8 bilhões (+7,1%), ativos totais de R$ 81,5 bilhões (+5,3%) e um saldo de R$ 36,2 bilhões na carteira de crédito (+6,2), o foco do banco, agora, está em cinco pilares: banco de varejo e proximidade com o cliente, parceria com pessoas que querem empreender, apoio à cadeia produtiva do agronegócio, transformação digital e ampliação da carteira de crédito com operações de menor risco e maior liquidez. O dirigente assinalou que nesta diretriz o banco começou a ser cada vez mais rentável. "O resultado é a soma do trabalho de vários anos. É fruto dos nossos ativos, da carteira comercial de mais de R$ 27 bilhões, basicamente voltada para pessoa física e pequenas e médias empresas. Essas carteiras de crédito fizeram com que o Banrisul tivesse esse desempenho em 2019", frisou.

As perspectivas são positivas para o Banrisul, mas, para Coutinho, o ano de 2020 ainda será desafiador. É que, mesmo com os bons resultados, há cada vez mais competição no mercado. "Por isso, procuramos reduzir custos, aumentar a tecnologia e oferecer produtos inovadores aos nossos clientes", garante. Uma estratégia que se apoia, principalmente, na ideia de transformação digital. De janeiro a dezembro de 2019, as operações nos canais digitais do banco representaram 54,5% do total das realizadas. Foi o estímulo necessário para voltar o foco da diretoria a isso, bem como uma ampliação da infraestrutura de TI e investimentos na segurança da informação. Em 2019, foram R$ 298 milhões destinados a essas melhorias, valor que deve crescer 36,3% para R$ 406,3 milhões neste ano.

Enquanto os investimentos ocorrem de um lado, a preocupação com a eliminação de custos segue presente. Ao menos nove agências devem passar por um processo de fechamento ou fusão, de acordo com as necessidades de regiões específicas. Por enquanto, as escolhidas para passarem pela transformação estão localizadas na grande Porto Alegre e em Caxias do Sul. A mudança ocorre, no entanto, com o cuidado de não deixar nenhuma região do estado sem atendimento, diferentemente de outros bancos que têm optado por fechar as portas mesmo em cidades menores que possuem apenas um ponto de atendimento.

*Com reportagem de Eduarda Pereira

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