Serviços avançam 2,6% em julho

Porém, setor ainda não recupera perdas da pandemia
A expansão se deu em quatro das cinco atividades analisadas, com destaque para serviços de informação e comunicação

O setor de serviços avançou 2,6% na passagem de junho para julho, segunda taxa positiva seguida em que acumula um ganho de 7,9% nos meses de junho e julho. O resultado ocorre após uma sequência de quatro taxas negativas (entre fevereiro e maio), período em que acumulou uma perda de 19,8%. Na comparação com julho de 2019, o volume de serviços recuou 11,9%, quinta taxa negativa seguida. No acumulado dos primeiros sete meses de 2020, houve recuo de 8,9%. Em doze meses, o volume de serviços caiu 4,5%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira (11) pelo IBGE.

"O avanço de 2,6% não foi suficiente para eliminar as perdas observadas entre fevereiro e maio. Vale destacar que o efeito da pandemia propriamente dito ocorreu entre março e maio. O resultado negativo de fevereiro ainda não era decorrente das medidas de isolamento social e sim uma acomodação do setor de serviços frente ao avanço do final de 2019. As perdas da pandemia entre março e maio somam 19,8%", explica Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

Ele esclarece que, diferentemente da indústria e do comércio que vêm apresentando uma recuperação mais rápida, o setor de serviços devido à heterogeneidade ou ao peso de 70% que representa na economia – no caso das atividades investigadas na pesquisa, cerca de 30% do PIB – tem apresentado uma recuperação mais lenta, sobretudo nas atividades que envolvem atendimento presencial.

A expansão do volume de serviços verificou-se em quatro das cinco atividades analisadas, com destaque para os avanços em serviços de informação e comunicação (2,2%) e de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,3%). O primeiro acumula um ganho de 6,3% nos últimos dois meses, mas ainda sem eliminar as perdas de 9,2% observadas nos cinco primeiros meses do ano. Já transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio cresceu 14,4% entre maio e julho depois de recuar 25,2% no período março-abril.

"O setor de tecnologia da informação é o mais dinâmico e resiliente entre as atividades de serviços; mesmo nos momentos de crise, como a greve dos caminhoneiros, a crise de 2016/2017 e a de 2008, o setor tem mostrado capacidade de se recuperar muito rápido. Em relação à pandemia, não está entre os setores mais impactados como aqueles que dependem de atendimento presencial, a exemplo dos serviços prestados às famílias por hotéis e restaurantes. O avanço do setor foi puxado pelas atividades de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet, que têm receitas de publicidade; e também pelos aplicativos e plataformas de videoconferência, que tiveram um ganho adicional durante a pandemia", analisa Lobo.

Já na alta de 2,3% na atividade de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, o destaque é transporte rodoviário de carga, devido às demandas de logística. "Seja para atender os setores industrial ou de comércio para o transporte de mercadorias ou o de agronegócio, no transporte de grãos, o transporte rodoviário é o principal modal de deslocamento de produtos pelo país", acrescenta o gerente da pesquisa.

Na comparação com julho de 2019, a queda de 11,9% em julho de 2020 deu-se devido à retração em quatro das cinco atividades e contou ainda com crescimento em pouco mais de um quarto (28,3%) dos 166 tipos de serviços investigados. As maiores influências negativas foram dos serviços prestados às famílias (-54,9%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-11,3%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (-14,6%).

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