Por um recall de vinhos
Quando fui convidado a abrir esse espaço no portal AMANHÃ, me disseram para não se preocupar – afinal, ser titular de um blog, por vezes, é também dividir experiências pessoais. Eis que hoje, amigos, levei o conselho ao pé da letra. Isso pelo simples fato de me sentir enganado!
Tórridos 45 graus de uma segunda-feira de janeiro em Porto Alegre e me vejo sem nenhuma garrafa de vinho branco na adega. Me desloco para a rede mais famosa da cidade e me deparo com uma garrafa de Torrontés, produzida em Salta, na Argentina, sendo oferecida por R$ 22. O design do produto já antevia o meu ledo engano (entendedores entenderão), pois imitava grosseiramente um estilo alemão. Em tempos de economia derrapante, deixei a estética de lado e levei para casa. Que decepção, amigos! Até que a bebida trazia traços da casta branca emblemática dos vizinhos, mas o aroma impregnado destoava todo o conjunto. Enfim, deixei-me enganar comprando um rótulo desanimador. Passo seguinte foi conviver com a consequente dor de cotovelo! O episódio me lembrou certas visitas marcantes onde são servidos vinhos memoráveis, mas ao abri-los em casa...
Recordo que, certa vez, visitei um garagista que me brindou com um tinto que deveria ser produzido à base de Pinot Noir da Borgonha! Comprei duas garrafas que custaram quase meio salário mínimo. Dias depois fui abrir e só me restou decepção, pois não era nada daquilo que degustei. Pena que não temos a acuridade dos alemães ou a assertividade dos britânicos para fazer da transparência uma característica a ser perseguida pelas vinícolas internacionais ou mesmo nacionais. Será que o Procon não poderia estabelecer um recall de vinhos assim como faz com os automóveis e outros bens mais acessíveis?
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