Pequenas indústrias mantiveram bom desempenho no primeiro trimestre

Pesquisa da CNI revela, porém, que situação financeira piorou
Taxas de juros e carga tributária elevadas foram os principais problemas para as MPEs industriais

Apesar das burocracias financeiras que dificultam o crescimento das micros e pequenas empresas (MPEs), no primeiro trimestre de 2023, os empresários de pequeno porte relataram bom desempenho (44,0 pontos), até melhor que a média histórica para o período, que é 43,8 pontos. O resultado foi constatado pelo Panorama da Pequena Indústria, pesquisa trimestral da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de desempenho analisa o volume de produção, a capacidade instalada a evolução de contratações nas empresas.

"A situação financeira das MPEs não está boa. As taxas de juros altas e a elevada carga tributária influenciam nas decisões de investimento, na confiança e nas contratações, entre outros fatores. Porém, em contramão a isso, o desempenho melhorou em março e está acima da média para o trimestre", explica a analista de políticas e indústria da CNI, Paula Verlangeiro. Por outro lado, o índice de situação financeira recuou e indica condições financeiras piores no setor. Calculado com base na margem de lucro operacional, na situação financeira e no acesso ao crédito, o indicador caiu de 43,0 pontos para 39,3 pontos na passagem do quarto trimestre de 2022 para o primeiro trimestre de 2023. É o pior número trimestral desde o primeiro trimestre de 2021, quando o índice caiu por conta da pandemia de Covid-19.

No primeiro trimestre de 2023, as MPEs industriais do setor extrativo e de transformação indicaram que a elevada carga tributária foi o principal problema enfrentados pelas empresas. Já para as indústrias da construção, o item que ficou em primeiro lugar no ranking dos principais problemas foi taxas de juros elevadas. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das indústrias de pequeno porte registrou 47,7 pontos em abril de 2023, uma queda de 0,8 ponto na comparação com março. O indicador caiu em seis dos últimos sete meses, acumulando queda de 14,2 pontos no período. Conforme esse índice diminui e se afasta da linha divisória de 50 pontos, revela falta de confiança cada vez maior e mais disseminada entre os empresários de pequeno porte. Já o Índice de Perspectivas oscilou em torno da média histórica (46,9 pontos), o que sugere certa cautela dos empresários das pequenas indústrias. Neste mês, o indicador apresentou queda de 0,6 ponto de março (48,2 pontos) para abril (47,6 pontos).

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Sábado, 23 Novembro 2024

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