Mercado segurador avança 4,9% no primeiro quadrimestre
O faturamento do mercado de seguros brasileiro totalizou R$ 81 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, revelando alta de 4,9% em comparação ao mesmo período de 2018. O resultado não inclui dados de saúde suplementar, que são disponibilizados a cada trimestre pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), nem do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Seguro DPVAT). Com a inclusão de números do DPVAT, a arrecadação sobe para R$ 82,2 bilhões e o crescimento no quadrimestre fica em 3,2%, informou nesta sexta-feira (14) à Agência Brasil o diretor técnico e de estudos da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSEG), Alexandre Leal (foto).
Tiveram forte expansão no acumulado até abril os ramos de seguros marítimos e aeronáuticos (52,5%), crédito e garantias (38,4%), patrimoniais (16,1%) e planos de risco em cobertura de pessoas (14,8%). Segundo Leal, o comportamento dos setores este ano se mostra muito divergente. "Enquanto os planos de risco em cobertura de pessoas tiveram incremento de quase 15%, os planos de acumulação, que envolvem PGBL e VGBL, ficaram praticamente no zero a zero", pontuou. A queda no período janeiro a abril nos planos de acumulação alcançou 0,6%.
A principal diferença entre planos de seguro PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é o tratamento tributário. Enquanto o PGBL prevê redução do valor do imposto a pagar no momento da declaração anual do Imposto de Renda até o limite de 12% dos seus rendimentos brutos anuais, no VGBL não existe abatimento no IR. Em compensação, na hora do resgate, o imposto no VGBL é cobrado somente sobre o rendimento e não sobre o total resgatado ou recebido como aposentadoria. As informações são da Sul América Previdência.
Leal informou que no seguro de danos e responsabilidades, a principal carteira do segmento, que é a carteira de automóveis, que representa quase metade da arrecadação do ramo, não apresentou crescimento até abril, mas teve pequena queda de 0,4%. Enquanto isso, outros ramos menos relevantes em termos de arrecadação tiveram crescimento muito bom. "É o caso de seguros patrimoniais, com 16% de ganho, ou crédito garantido, mais de 38% de ganho", exemplificou. O diretor técnico da confederação observou que alguns ramos de seguro vêm mostrando bom desempenho de forma consistente, mas acabam não refletindo em todos os segmentos e, na média, acabam tendo desempenho mais modesto. A própria capitalização, que não é um produto importante vem com crescimento bom neste ano, de 9,7%. Na avaliação de Leal, isso reflete um pouco a procura da população por algum tipo de proteção. "Está mais ligado a crescimento econômico, emprego, renda, que estão aí com um pouco de atraso nessa retomada", detalhou.
O diretor afirmou que a recuperação da economia poderá aumentar a procura por seguros. A expectativa é que, se houver retomada mais consistente do nível de emprego e também melhoria da renda, isso acabará refletindo no setor segurador de forma mais produtiva também. A expectativa da confederação é de crescimento em torno de 6,9% para o setor como um todo neste ano, abaixo da previsão efetuada em fevereiro de 7,1%. Neste cenário, considerado mais otimista, o PIB cresceria 1,3% no ano; a produção industrial teria alta real de 1,5%; a taxa de juros básica Selic recuaria para 6% ao ano; o câmbio ficaria em R$ 3,61; e a inflação oficial seria de 3,8%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em uma visão pessimista, a alta prevista para o setor atinge 4,7% e considera a aprovação da reforma da Previdência incompleta; a desvalorização mais acentuada do câmbio; juros básicos em trajetória de alta; e crescimento da economia abaixo do observado em 2018, que foi da ordem de 1,1%.”O aumento das incertezas, tanto na economia brasileira quanto em escala global, torna as projeções um desafiador exercício. São tantas variáveis capazes de provocar reação ou retração dos mercados, que sua combinação, no final, definirá a trajetória do setor segurador”, avalia Márcio Coriolano, presidente da CNSEG.
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