Lançamentos de imóveis caem 29,1% no primeiro trimestre no Sul

Índice é praticamente o dobro daquele registrado no Brasil
De acordo com a CBIC, o setor vinha em tendência de crescimento desde janeiro de 2018. Entretanto, as incertezas no mercado por causa da pandemia de Covid-19 levaram a uma queda de 14,8% nos lançamentos de unidades habitacionais

As vendas de apartamentos novos cresceram no primeiro trimestre, mas, devido à pandemia de Covid-19, a construção civil reduziu os lançamentos. As informações são do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do primeiro trimestre de 2020, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional). Foram coletados e analisados dados de 118 municípios, sendo 18 capitais.

O Brasil registrou aumento de 26,7% nas vendas de apartamentos no comparativo entre o primeiro trimestre de 2020 e igual período de 2019. De acordo com a CBIC, o setor vinha em tendência de crescimento desde janeiro de 2018. Entretanto, as incertezas no mercado por causa da pandemia de Covid-19 levaram a uma queda de 14,8% nos lançamentos de unidades habitacionais (18.388 unidades) na comparação do primeiro trimestre deste ano contra o mesmo período de 2019.

Segundo a CBIC, a maior queda no número de unidades lançadas foi observada na Região Nordeste (2.361 unidades), com 56,3% menos que no primeiro trimestre de 2019, seguida pelo Sul, com diferença de 29,1% (3.621 unidades). A Região Sudeste teve pequena variação negativa, de 2,4% (8.745 unidades). As exceções foram a região Norte, que no primeiro trimestre de 2020 lançou 754 unidades, ou 183,5% mais que no mesmo período de 2019. No Centro-Oeste, foram 2.907 lançamentos – alta de 57,4% no comparativo com janeiro, fevereiro e março do ano passado.

No Sudeste, foram vendidas 18.443 unidades no primeiro trimestre, ou 39% mais imóveis verticais que no mesmo período de 2019. No Norte, foram vendidas 868 unidades (27,8%), e no Nordeste, 7.311 (21,3%). No Sul, foram vendidos 5.454 apartamentos (12%) e no Centro Oeste, 2.335 (0,7%). A representatividade do programa habitacional Minha Casa Minha Vida sobre o total de lançamentos, no período foi de 57%. Sobre o total de vendas, essa participação ficou em 55,6%.

Covid-19
Além do levantamento, a CBIC também apresentou uma avaliação preliminar dos efeitos da crise, mostrando que 79% das construtoras pretendem adiar lançamentos previstos para os próximos meses. Os dois estudos foram realizados em parceria com a empresa Brain Inteligência Estratégica. Para estimar o impacto da pandemia, foram consideradas amostras representativas de cidades das cinco regiões do Brasil: Maceió, Curitiba, Manaus, Goiânia e São Paulo. Empresários do setor foram ouvidos entre 25 de abril e 4 de maio, em conjunto com a CBIC e mais de 50 entidades setoriais de todo o país.

O levantamento também mostrou que 56% das empresas fecharam vendas durante a pandemia, ao comercializar 3.870 unidades. Uma pesquisa com 600 consumidores avaliou a intenção de compra de imóveis. Segundo o levantamento, 55% mantiveram a intenção em março. Em abril, o percentual caiu para 47%. Os motivos para a desistências foram: dúvida sobre a duração da pandemia (46%); incerteza sobre emprego ou renda (24%); perda de renda (20%); mudanças de objetivos pessoais (12%); objetivos de economia pessoal (9%); e perda de emprego (8%).

Com Agência Brasil 

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Sábado, 23 Novembro 2024

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